Duas recentes assembleias de acionistas, uma no Japão e outra na França, mostraram que esses encontros são ocasiões propícias para protestos acalorados tanto de investidores como de outros públicos de relacionamento das empresas. No último dia 28, a reunião da Tokyo Electric Power Co. (Tepco), realizada em um hotel de Tóquio, foi tumultuada por participantes revoltados com a crise nuclear instalada no país após o terremoto de 11 de março, que deixou mais de 20 mil mortos e provocou vazamentos nucleares na central de Fukushima, administrada pela Tepco.
Vários foram os apelos e manifestações exaltadas ao longo das seis horas de assembleia. Um investidor teve de ser detido pelos seguranças, após gritar aos executivos da companhia que o único jeito de eles assumirem responsabilidade sobre o ocorrido era “pulando em um reator e morrendo”. Uma professora da região atingida disse ao Wall Street Journal que a empresa havia “tirado o direito de suas crianças crescerem em um ambiente limpo”. A comoção não foi sem motivo. O acidente foi considerado o segundo mais grave do tipo no mundo, atrás apenas do de Chernobil, na Ucrânia, em 1986. Por causa dele, as ações da companhia perderam 90% do valor.
Na França, uma assembleia de acionistas causou confusão nas ruas. De acordo com a agência de notícias Reuters, cerca de cem empregados do grupo Carrefour, provenientes da França, Bélgica e Espanha, se reuniram em frente ao local do encontro, ocorrido no dia 21. Os trabalhadores protestavam contra uma das pautas da reunião: a cisão da operação Dia, rede de supermercados de baixos preços da companhia. A situação também ficou tensa dentro da assembleia. Apesar de a proposta de cisão ter sido aprovada, os acionistas se mostraram pouco tolerantes com o chairman da companhia, Amaury de Seze, que renunciou ao cargo durante o encontro. Os investidores se dizem insatisfeitos com algumas decisões do grupo e reclamam da influência da holding de investimentos Blue Capital, uma das principais sócias da rede, com 20% das ações com direito a voto.
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