As informações que grande parte das companhias divulgam não são suficientes para fazer os investidores, fornecedores e consumidores compreenderem seu negócio e suas perspectivas. O impasse gera questionamentos quanto à eficiência da gestão e da governança das empresas e aos riscos a que elas podem estar sujeitas.
Uma análise dos relatórios divulgados pelas companhias que fazem parte do FTSE 350, conduzida pela PricewaterhouseCoopers, revela que, embora muitas delas atendam aos requisitos básicos do relatório narrativo, a maioria não consegue transmitir com clareza e coerência sua estratégia e desempenho no curto prazo. Há uma grande dificuldade em fornecer aos stakeholders o que eles realmente precisam ou desejam saber em relação a temas como performance, apetite ao risco, governança e resultado da estratégia.
Uma série de iniciativas estão voltadas a disseminar o conceito de relatório integrado e implementar uma nova estrutura de governança: o Comitê Internacional de Relatório Integrado. Atualmente, muitas das informações contidas no documento são divulgadas em diferentes graus, dependendo da regulação específica de cada região. Elas podem ser divididas em quatro categorias principais: dados financeiros; comentários dos gestores; governança e remuneração dos executivos; elementos sociais e ambientais.
Relatório integrado busca oferecer uma visão estratégica do negócio juntamente com informações-chave
Apesar de abordados nos relatórios há alguns anos, esses aspectos são apresentados de maneira relativamente individualizada, sem considerar sua inter-relação. As crescentes demandas regulatórias vêm dando margem a relatórios cada vez mais extensos e complexos, mas o excesso de preocupação com compliance acaba criando dificuldades para quem precisa identificar o que é estrategicamente importante e concreto para o sucesso de um negócio.
A pressão por uma abordagem integrada de divulgação visa ao enfoque da sustentabilidade e a uma fotografia coerente da gestão de negócios e da avaliação do desempenho. O relatório integrado busca oferecer uma visão estratégica do negócio juntamente com informações-chave, ao trazer as questões de sustentabilidade para o centro do debate e também facilitar a compreensão, pelos usuários, do reflexo de cada um desses aspectos na estratégia, nos riscos e no modelo de negócios. Também não se trata de criar um relatório ainda mais extenso com maior volume de dados, e sim de reavaliar e recalibrar as informações necessárias num relatório corporativo do século XXI para que acrescentem valor aos usuários finais.
No futuro, os relatórios corporativos serão cada vez menos dependentes de informações financeiras e mais focados no resultado das estratégias. A proposta é a adoção de um modelo integrado, alinhando relatórios internos e externos, e que enfatize a interdependência das várias áreas de negócio — prioridades estratégicas, direcionadores externos, modelos de negócio e performance. Cada um desses aspectos num contexto geral, e não individualmente, pode dar margem a uma nova e mais sustentável maneira de fazer negócios e reportá-los.
As empresas precisam reassumir com urgência seu papel de fonte de informações relevantes e confiáveis. A adoção de um relatório integrado pode se configurar uma importante vantagem competitiva, facilitando acesso a crédito e a capital, além de colaborar na atração de talentos e nas relações de negócios.
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