Chung Mong-koo, diretor-presidente e presidente do conselho da Hyundai Motor, manteve seu assento no conselho de administração, apesar da forte oposição do fundo de pensão nacional da Coréia do Sul na assembléia geral da companhia, realizada em 14 de março. Foi a primeira vez na história do país que o fundo de pensão nacional — o quarto maior do mundo, com mais de US$ 200 bilhões sob gestão — votou contra as políticas de um chaebol (conglomerado empresarial dirigido por uma família controladora).

O fundo queria a destituição do magnata que, envolvido até o pescoço em escândalos financeiros, teria causado prejuízos a todos os acionistas da maior montadora sul-coreana. Com uma participação de 4,6%, o fundo é o sexto maior acionista da Hyundai, mas não teve força suficiente para remover Chung — que, com sua família e amigos, conta com 37,3%, segundo a agência de notícias Yonhap News. O bilionário, que também preside a afiliada Kia Motors, foi reeleito para o conselho por mais três anos. Mas a pressão feita pelo fundo de pensão conseguiu ferir ainda mais a já desgastada reputação de Chung e aumentou a exigência por melhorias nas práticas de governança do conglomerado.

Chung é considerado o homem mais rico da Coréia do Sul, de acordo com a última lista de bilionários da revista Forbes. Ele foi condenado a três anos de prisão em 2007 por desviar cerca de US$ 110 milhões da companhia para um fundo de suborno, para obtenção de favores políticos e transferências ilegais de ações de algumas subsidiárias da Hyundai para seu filho. Uma Corte de instância mais alta, no entanto, suspendeu a pena, em uma decisão bastante criticada no país e no exterior. “Como cidadão sul-coreano, não pretendo fazer uma aposta que possa colocar em risco a economia da nação”, justificou o juiz do caso.