Ancor segue em busca de uma vaga na auto-regulação

As dúvidas sobre quem cuidará da autoregulação do mercado de capitais após a desmutualização da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ainda persistem. Mas a Associação Nacional das Corretoras de Valores, Câmbio e Mercadorias (Ancor) segue em pleno processo de reorganização para tentar assumir essa tarefa.

O novo estatuto da associação, aprovado em assembléia no fim de março, prevê algumas alterações no organograma. Gilberto Biojone ocupará o recém-criado cargo de diretor-superintendente e presidirá o conselho de auto-regulação, outra novidade na Ancor. “Por enquanto, temos apenas a delegação de nossos associados para exercer a função de auto-regulador. Mas a idéia de ampliar esse papel após a desmutualização está sendo bem recebida tanto pelas bolsas quanto pela CVM”, explica Biojone.

O fato de um órgão formado por corretoras tornar-se responsável por fiscalizar seus próprios membros e as operações por eles realizadas não é, necessariamente, um problema, garante a Ancor. “Teremos mecanismos de supervisão no regimento e a participação de representantes de todo o mercado.”

Pelas novas regras, o conselho de auto-regulação terá a função de fiscalizar o funcionamento do mercado e julgar processos que sejam instaurados. Além de Biojone, participarão mais quatro profissionais indicados pelo conselho de administração da Ancor (presidido por Homero Amaral Júnior, da Socopa) e outros quatro membros escolhidos por instituições — que podem ser Bovespa, BM&F, Andima e Anbid.

Para auxiliar o trabalho do conselho, foram criados também cinco comitês, entre eles um de ética. Cada comitê será formado por três membros. O regimento interno que definirá todas as atribuições do conselho levará cerca de dois meses para ficar pronto.


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