O modelo de relatórios de sustentabilidade da Global Reporting Initiative (GRI), o mais usado pelas companhias, orienta que o documento sofra uma verificação externa, feita por pessoas ou entidades que tenham conhecimento do tema. Para cumprir essa orientação, as empresas costumam enviar os relatórios às áreas de sustentabilidade de outras companhias ou contratar agentes especializados para avaliá-los. A Kimberly-Clark Brasil pedia a outras empresas que avaliassem os seus, mas não recebia muitas sugestões de melhoria. No ano passado, o processo foi diferente. Alunos dos cursos de administração e economia do Insper, de São Paulo, analisaram criticamente o conteúdo do relatório de 2009. O resultado foi percebido no texto relativo a 2010, que recebeu A , segundo a classificação do modelo GRI. No ano anterior, a nota tinha sido um B .

“É bom para a companhia, que aproveita o olhar dos alunos sobre suas atividades, e para eles, que ganham conhecimento”, afirma Jefferson Correa, diretor de relações públicas da Kimberly-Clark. A Mapfre Seguros também fez parceria com o Insper e gostou da experiência. “Buscamos engajar mais nossos stakeholders em questões de sustentabilidade”, conta a diretora de sustentabilidade da seguradora, Fátima Lima. O contato com o instituto partiu da Via Gutemberg, consultoria de desenvolvimento sustentável que presta serviços às duas empresas. O trabalho dos estudantes, que não recebem nenhum tipo de remuneração, vale como nota para uma disciplina sobre sustentabilidade e responsabilidade social corporativa.

Segundo a professora responsável pela matéria, Priscila Claro, o problema apontado com mais frequência pelos alunos é a falta de detalhes nos relatórios, principalmente na área ambiental.