A carga horária de trabalho passa de 12 horas ao dia, mas ainda sobra espaço na agenda de João Paulo Vasconcellos, sócio do Leoni Siqueira Advogados, e de Pedro Sauer, sócio da Studio Investimentos, para pensar nos problemas de comunidades carentes. Toda segunda-feira, por duas horas, eles se reúnem para definir as atividades e os rumos da Move Rio, organização não governamental (ONG) fundada em 2008 por eles e mais 14 pessoas, entre economistas, jornalistas, publicitários, engenheiros e empresários.

O grupo não cria projetos assistencialistas. Seu foco é apoiar ações sociais de outras entidades. Uma das principais é o Espaço Educacional Cantinho Feliz, que atende crianças de 2 a 7 anos. Localizada em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, a creche também presta auxílio às famílias. Oferece psicólogas para as mães, oficinas de costura e divulgação do ofício dos pais — o morador do bairro em busca de um marceneiro ou artesão, por exemplo, pode consultar o banco de dados da instituição.

As formas de contribuição da dupla, que se conhece desde a época do colégio, são variadas. Eles já fizeram palestras para divulgar a ideia e conquistar doadores de recursos financeiros; intervieram na mudança da creche para um local melhor, pedindo ao governo fluminense a cessão de um espaço inutilizado no terreno do Colégio Estadual Monteiro de Carvalho; e viabilizaram momentos lúdicos para as crianças, como entregar flor à Madonna e pintar o muro da escola com o artista Romero Britto.

Junto a colegas do Move Rio, Vasconcelos e Sauer têm assento no conselho do Instituto Marquês de Salamanca, que gerencia diretamente o Cantinho Feliz. A empolgação de Vasconcellos ao falar da ONG (moverio.org) evidencia a recompensa: “Queremos uma cidade melhor para nós e nossos filhos. Essa é uma maneira de garantir mais pessoas instruídas e qualificadas no futuro”.