Acionista da Berkshire propõe venda de participação no Sudão

A Berkshire Hathaway, empresa de investimentos conhecida pela atuação de seu CEO e presidente do conselho Warren Buffett, colocará em votação na sua assembléia de acionistas, no início de maio, uma proposta polêmica: a venda da participação acionária na PetroChina devido às atividades de sua empresa controladora, a China National Petroleum Company (CNPC), no Sudão, país que está em guerra civil e é acusado de cometer genocídio entre os habitantes da região de Darfur.

De acordo com o website da Institutional Shareholder Services (ISS), a proposta foi encaminhada por uma acionista minoritária, detentora de apenas dez ações da empresa, e prevê que a Berkshire deixe de investir em “qualquer empresa estrangeira que mantenha operações em lugares proibidos para empresas norte-americanas”. Desde 1997, as empresas dos Estados Unidos estão proibidas de operar no Sudão.

O conselho de administração da Berkshire é contra a proposta de desinvestimento. A empresa possui 1,3% das ações da PetroChina (avaliadas em cerca de US$ 3,3 bilhões). É a maior acionista norte-americana da companhia chinesa. Inicialmente, a Berkshire obteve permissão da Securities and Exchange Commission (SEC) para excluir a proposta da assembléia, com base no argumento de que se tratava de documento com termos “vagos e indefinidos”.

Entretanto, Warren Buffett, dono de 33% das ações da companhia e também contrário ao desinvestimento na PetroChina, decidiu manter a proposta a fim de avaliar a opinião de seus acionistas sobre a questão.

Em comunicado oficial disponibilizado no website da companhia, o conselho de administração da Berkshire afirma que a PetroChina não faz negócios no Sudão, mas apenas sua controladora CNPC (que detém 90% das ações da PetroChina e é controlada integralmente pelo governo chinês). Portanto, argumenta, a controlada não tem poder para definir as atividades de sua empresa controladora. Além disso, afirma que um eventual desinvestimento teria efeito praticamente nulo na continuidade das operações da CNPC no Sudão. Pelo visto, a votação da proposta será um teste de fogo para avaliar o posicionamento dos acionistas em relação a investimentos socialmente sensíveis.


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