Alexandre Póvoa*/ Ilustração: Julia Padula
Impressionante como o mercado dos Estados Unidos absorveu bem todo esse processo de fechamento do governo federal e teto da dívida. Por mais que aquele velho papo — “no final, tudo se resolve” — tenha passado na cabeça de todos, os investidores demonstraram sangue-frio impressionante. Afinal, foram 16 dias de governo fechado e quase 24 horas do limite da irresponsabilidade do governo americano para anunciar um default. Imaginem a consequência desses atos no preço dos ativos de países emergentes?
Quem achou que o mercado havia simplesmente antecipado tudo se enganou novamente. As bolsas mundiais continuam subindo, recorde atrás de recorde, apesar de os recentes dados econômicos não serem muito alvissareiros. A primeira safra dos resultados das empresas no terceiro trimestre, ao contrário do que se observou no segundo, está vindo acima das expectativas. Pelo menos, para nós, brasileiros, a China parece continuar firme e forte, acima do piso aceitável de 7% anuais de crescimento.
Certamente, o próximo capítulo importante dessa novela será escrito no dia 30 de outubro, quando mais uma vez o Federal Reserve (Fed) se pronunciará sobre o tapering (redução da compra de títulos do Tesouro), depois de passada a tempestade política americana. Aí, tome discurso dos presidentes do Fed, dólar provavelmente para cima e investidores inseguros de novo. Números mais fortes da economia serviriam para acalmar a inevitável transição para um nível de juros mais elevado no mundo desenvolvido. Quem viver verá.
Enquanto isso, no Brasil, vivemos da já trágica — para a credibilidade do Ibovespa como índice — história da OGX, do leilão de Libra na segunda e de um BC que cada vez mais retoma o seu papel de guardião da meta de inflação. Mas esses são os próximos assuntos para o blog.
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