Pesquisar
  • Captação de recursos
  • Gestão de Recursos
  • Fusões e aquisições
  • Companhias abertas
  • Governança Corporativa
  • Sustentabilidade
Menu
  • Captação de recursos
  • Gestão de Recursos
  • Fusões e aquisições
  • Companhias abertas
  • Governança Corporativa
  • Sustentabilidade
Assine
Pesquisar
Fechar
A arte da persuasão
Heitor Martins, presidente do Masp: “Doar uma obra é, mais do que generosidade, um ato de confiança no futuro”.
  • Marta Barcellos
  • julho 1, 2015
  • Retrato, Edição 143
  • . CAPITAL ABERTO, mercado de capitais, doações, Fundação Bienal de São Paulo, McKinsey, Heitor Martins, Masp, artes plásticas, Djanira, persuasão, gestão cultural, comodato

280515HeitorMartins007Se você é um colecionador de arte, prepare-se: em breve poderá vir a doar sua obra mais valiosa ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Quem conhece o poder de persuasão do novo presidente da instituição, o consultor Heitor Martins, não duvida do sucesso de sua campanha para estimular a volta das doações — responsáveis, nas décadas de 1940 e 1950, pela construção do rico acervo. “No fundo, as pessoas querem dar a sua contribuição, de alguma forma. Só estão esperando uma oportunidade”, diz Martins, com frequência acusado de excesso de otimismo. “Ninguém acreditou quando eu disse que íamos conseguir contribuições de cem pessoas físicas, de no mínimo R$ 50 mil cada”, recorda, referindo-se à arrecadação junto a patronos, conselheiros e associados que somou R$ 10 milhões nos primeiros meses de sua gestão, iniciada em setembro passado.

Sócio-diretor da consultoria McKinsey, seu primeiro e único emprego, Martins tem um estilo reservado (“Prefiro interações individuais a grandes eventos”), mas estava empolgado no dia da entrevista, graças a uma aquisição concretizada na véspera: um dos mais importantes quadros da pintora Djanira, Vendedora de flores, doado pelo colecionador Orandi Momesso. A artista era uma lacuna na coleção do museu. Para chegar ao doador, explica, bastaram alguns telefonemas, dele e da equipe reunida pelo modelo de governança implantado na instituição — nos moldes daquele que tirou da crise a Fundação Bienal de São Paulo, presidida por Martins entre 2009 e 2013.

O modelo de governança, ele ressalta, inclui delegar “toda a dimensão artística” do museu a “quem tem formação técnica para isso”. Ou seja, aos curadores. “Quem sou eu para ficar opinando sobre a escolha de artistas ou de exposições?”, pergunta. “Seria o primeiro passo para estragar a instituição.”

Só que a opinião de Heitor Martins não parece tão irrelevante assim. Além de dono de uma coleção de cerca de 250 obras, garimpadas nos últimos 18 anos e espalhadas pela ampla casa no Morumbi, ele é marido de Fernanda Feitosa, a criadora e organizadora da SP-Arte, maior feira de artes plásticas da América Latina. “Essas coisas dialogam menos do que aparenta”, comenta, afastando a possibilidade de qualquer conflito de interesses. “O meu desafio no Masp, como no caso da Bienal, é muito mais um exercício de gestão e de cidadania do que uma atividade artística.”

Fernanda e Heitor começaram a se interessar por arte e a estudá-la juntos, em um projeto do casal então expatriado em Buenos Aires. Durante quatro anos, já sócio da McKinsey, ele recebeu a missão de liderar o escritório da empresa na Argentina, levando a mulher e os dois filhos pequenos. “Primeiro fizemos um curso de história da arte na Universidade de Buenos Aires. Depois passamos a frequentar grupos de discussão de arte contemporânea e a fazer viagens para ver artes específicas.” Pouco antes do retorno ao Brasil, conheceram a Art Basel Miami, nos Estados Unidos, que inspirou Fernanda a organizar uma feira semelhante em São Paulo, em vez de retomar a carreira de advogada.

Martins, aliás, também poderia ter sido advogado (cursou dois anos da Faculdade de Direito da USP, onde conheceu a mulher), ou mesmo médico (como perdeu o vestibular para medicina, por estar em um programa de intercâmbio no Canadá, acabou entrando na FGV no meio do ano, em administração pública). O acaso, porém, o levaria a uma carreira na qual, “pela natureza do trabalho — a consultoria é um depósito de talentos —, é possível acomodar individualidades e cultivar outros interesses.” Como a arte. Na McKinsey, onde está desde que voltou do MBA em Michigan (EUA), em 1993, ele lidera os clientes das áreas bancária e financeira.

A arte tinha se tornado uma atividade apenas para a esposa quando Martins, que passara a circular entre galeristas e colecionadores, foi chamado a assumir o comando de uma Fundação Bienal afundada em dívidas. “Não é segredo que metade de São Paulo já tinha recusado a presidência”, exagera. E por que ele aceitou o convite do qual outros declinaram? “Todos só enxergavam o que faltava: dinheiro, credibilidade, gestão, estrutura. Eu olhei para o que ela tinha: 60 anos de tradição, prestígio internacional, um prédio de 30 mil metros quadrados que é uma obra-prima do Oscar Niemayer, plantado no meio do Parque do Ibirapuera, numa cidade de 20 milhões de habitantes.”

Foi dessa forma que Martins achou sua oportunidade de “contribuir para a sociedade” — o que ele acredita fazer agora, quando sai à caça de doações ou de voluntários para trabalhar nas instituições. Depois da Bienal, foi vice-presidente do conselho de administração da Fundação Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e conselheiro da Pinacoteca do Estado, funções sempre sem remuneração. “Quem recupera a instituição cultural não sou eu; é a sociedade, que tem orgulho do seu museu, da sua orquestra. A sociedade abraça a causa de enxergar que existe um projeto, uma liderança e transparência no processo.”

Martins reitera a importância desses três elementos, como uma fórmula, e desconversa sobre o sucesso de seu estilo de liderança. Prefere não individualizar a recuperação das instituições e usa o plural para falar das conquistas. Ao ser perguntado sobre os momentos que mais valeram a pena, deixa transparecer o que talvez seja o ingrediente final: a emoção, aquela capaz de fazer o meio copo se encher, quando antes todos só o viam meio vazio. Os olhos marejam quando conta sobre o hábito que tinha de, na véspera da abertura das bienais, percorrer o prédio sozinho, observando as obras afinal montadas. “Era um momento mágico.” E a voz quase engasga ao lembrar o comentário de um antigo porteiro do Masp no dia em que foram removidas as paredes falsas das galerias, descortinando a arquitetura do edifício icônico de Lina Bo Bardi. “Ele me disse: ‘Eu não via isso aqui tão bonito há 20 anos’. É isso o que faz valer a pena.”

retrato223

Foto: Régis Filho


Para continuar lendo, cadastre-se!
E ganhe acesso gratuito
a 3 conteúdos mensalmente.

Quero me cadastrar!

Ou assine a partir de R$ 34,40/mês!
Você terá acesso permanente
e ilimitado ao portal, além de descontos
especiais em cursos e webinars.

Quero conhecer os planos

Já sou assinante

User Login!

Perdeu a senha ?
This site is protected by reCAPTCHA and the Google
Privacy Policy and Terms of Service apply.
Você está lendo {{count_online}} de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês

Você atingiu o limite de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês.

Faça agora uma assinatura e tenha acesso ao melhor conteúdo sobre mercado de capitais

Quero conhecer os planos


Ja é assinante? Clique aqui

acompanhe a newsletter

todas as segundas-feiras,
gratuitamente, em seu e-mail

Leia também

A luta de investidores por vacina para todos

Redação Capital Aberto

Combate à crise alimentar exigirá investimento trilionário

Miguel Angelo

Pessimistas, gestores de recursos mantêm dinheiro em caixa

Redação Capital Aberto

acompanhe a newsletter

todas as segundas-feiras, gratuitamente, em seu e-mail

Leia também

A luta de investidores por vacina para todos

Redação Capital Aberto

Combate à crise alimentar exigirá investimento trilionário

Miguel Angelo

Pessimistas, gestores de recursos mantêm dinheiro em caixa

Redação Capital Aberto

Temporada de assembleias 2022: avanços modestos e velhos desafios

Fabio Coelho

Um ano da decisão do STF sobre o prazo de patentes

Gabriela Salerno
AnteriorAnterior
PróximoPróximo

mais
conteúdos

Iniciativas dedicadas a combater o segundo maior vilão do aquecimento global ganham força, inclusive no Brasil

Metano entra no radar de investidores e governos

Miguel Angelo 24 de abril de 2022
ESG: Em pesquisa feita pela Harris Pool, 60% dos executivos admitem que suas companhias praticaram greenwashing

ESG de mentira: maioria de executivos admite greenwashing

Carolina Rocha 24 de abril de 2022
Evandro Buccini

O crédito para empresas no contexto de juros em alta

Evandro Buccini 24 de abril de 2022
A intrincada tarefa de regular criptoativos

A intricada tarefa de se regular os criptoativos

Erik Oioli 24 de abril de 2022
Guerra na Ucrânia incentiva investidores a tirar capital da China e direcionar recursos para outros emergentes

Dinheiro estrangeiro busca a democracia e aterrissa no Brasil

Paula Lepinski 24 de abril de 2022
O que muda para as fintechs com as novas regras do Banco Central

O que muda para as fintechs com as novas regras do Banco Central

Pedro Eroles- Lorena Robinson- Marina Caldas- Camila Leiva 20 de abril de 2022
  • Quem somos
  • Acervo Capital Aberto
  • Loja
  • Anuncie
  • Áudios
  • Estúdio
  • Fale conosco
  • 55 11 98719 7488 (assinaturas e financeiro)
  • +55 11 99160 7169 (redação)
  • +55 11 94989 4755 (cursos e inscrições | atendimento via whatsapp)
  • +55 11 99215 9290 (negócios & patrocínios)
Twitter Facebook-f Youtube Instagram Linkedin Rss
Cadastre-se
assine
Minha conta
Menu
  • Temas
    • Bolsas e conjuntura
    • Captações de recursos
    • Gestão de Recursos
    • Fusões e aquisições
    • Companhias abertas
    • Legislação e Regulamentação
    • Governança Corporativa
    • Negócios e Inovação
    • Sustentabilidade
  • Conteúdos
    • Reportagens
    • Explicando
    • Coletâneas
    • Colunas
      • Alexandre Di Miceli
      • Alexandre Fialho
      • Alexandre Póvoa
      • Ana Siqueira
      • Carlos Augusto Junqueira de Siqueira
      • Daniel Izzo
      • Eliseu Martins
      • Evandro Buccini
      • Henrique Luz
      • Nelson Eizirik
      • Pablo Renteria
      • Peter Jancso
      • Raphael Martins
      • Walter Pellecchia
    • Artigos
    • Ensaios
    • Newsletter
  • Encontros
    • Conexão Capital
    • Grupos de Discussão
  • Patrocinados
    • Blanchet Advogados
    • Brunswick
    • CDP
    • Machado Meyer
  • Cursos
    • Programe-se!
    • Cursos de atualização
      • Gravações disponíveis
      • Por tema
        • Captação de recursos
        • Funcionamento das cias abertas
        • Fusões e aquisições
        • Gestão de recursos
        • Relações societárias
      • Todos
    • Cursos in company
    • Videoaulas
    • Webinars
  • Loja
  • Fale Conosco

Siga-nos

Twitter Facebook-f Youtube Instagram Linkedin Rss

APROVEITE!

Adquira a Assinatura Superior por apenas R$ 0,90 no primeiro mês e tenha acesso ilimitado aos conteúdos no portal e no App.

Use o cupom 90centavos no carrinho.

A partir do 2º mês a parcela será de R$ 48,00.
Você pode cancelar a sua assinatura a qualquer momento.

quero assinar