
O aumento da frequência e da gravidade de desastres climáticos extremos está gerando perdas econômicas significativas, riscos à população local e danos ambientais | Imagem: freepik
Notícia nada boa para investidores que detêm ativos de companhias suscetíveis a desastres ambientais. A alta exposição de empresas de 18 setores de atividade econômica ao “impacto físico das mudanças climáticas” eleva as dívidas corporativas desse grupo no montante de 7,2 trilhões de dólares. Para se ter uma ideia da magnitude desse número, ele é maior que o PIB do Japão, terceira maior economia do mundo, de cerca de 5 trilhões de dólares. O risco financeiro relacionado às mudanças climáticas, portanto, só não supera a geração de riquezas dos Estados Unidos e da China. As conclusões são de estudo da agência de classificação de riscos Moody’s Investor Service.
“O aumento da frequência e da gravidade de desastres climáticos extremos está gerando perdas econômicas significativas, riscos à população local e danos ambientais”, afirmam os analistas da Moody’s no relatório. A agência não identificou, no estudo, as empresas ou nações que estão em maior risco, optando por se concentrar nos diferentes segmentos de negócio.
Setores mais afetados
Quanto à vulnerabilidade climática, sete dos 18 setores avaliados pela agência foram classificados como de “risco de crédito muito alto ou alto”; o restante ficou sob a rubrica “risco moderado”. As companhias mais expostas a riscos têm uma alta concentração de ativos físicos em regiões vulneráveis e, em geral, operam com carvão, petróleo, gás, produtos químicos, áreas de mineração e transporte. As empresas de alto risco representam 3,4 trilhões de dólares da dívida total, valor 49% maior que o registrado em levantamento semelhante de 2018.
EUA, país mais afetado
A Moody’s tem companhia na tentativa de quantificação dos efeitos das mudanças climáticas sobre os negócios. A organização Christian Aid, por exemplo, verificou que os EUA lideraram a lista de países com maiores perdas financeiras causadas por desastres ambientais em 2020 — o país perdeu 60 bilhões de dólares, principalmente por causa de uma temporada mais intensa do que o normal de furacões formados no oceano Atlântico.
Os estudos sugerem que está cada vez mais evidente o aumento do risco financeiro relacionado a fatores ambientais. Na avaliação da Moody’s, a transição para uma economia de baixo carbono e a administração dos danos físicos do aquecimento global terão relevância crescente para os mercados de capitais globais nos próximos anos.
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Tags: Mudanças climáticas gestão de risco risco ambiental Encontrou algum erro? Envie um e-mail
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