Uma regra proposta recentemente pela Securities and Exchange Commission (SEC) para colocar ordem nos veículos de investimento que dizem usar critérios ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) irá impactar toda a indústria de fundos nos EUA. Para evitar casos de greenwashing, o regulador americano lançou uma proposta de emenda à chamada “Regra dos nomes”, que determina que a denominação do fundo só pode sugerir a adoção de um certo tipo de estratégia se pelo menos 80% de seus recursos estiverem investidos conforme o que foi indicado. Hoje, a regra precisa ser considerada apenas para a inclusão no nome dos fundos de fatores como tipo de investimento, setor, país, região geográfica ou foco.
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De acordo com a comissária da SEC, Allison Herren Lee, embora a alteração proposta tenha sido impulsionada pelos fundos ESG, ela exigirá que as gestoras de recursos façam uma revisão geral nos nomes de seus fundos. A mudança, observa, deve afetar principalmente veículos cuja denominação inclua os termos “global”, “income”, “growth”, “value” e sustentável. “Com essa alteração, esperamos garantir que os nomes dos fundos estejam alinhados com as expectativas dos investidores”, ressalta.
De fato, certos termos, como “growth” (crescimento), podem levar investidores leigos ao erro. Um fundo que adota essa estratégia normalmente investe em empresas que ainda não possuem rentabilidade satisfatória, mas atuam em mercados em expansão, onde há uma demanda crescente por seus serviços — o que significa que, no longo prazo, elas têm grande potencial de crescimento. Muitos investidores, no entanto, buscam esses fundos com o objetivo de obter retornos acima da média, observa Caroline Crenshaw, também comissionária da SEC.
Se a proposta for aprovada, ela irá impactar não só os fundos de investimento com gestão ativa, mas também os fundos de índice (ETFs). Ao Financial Times, Ben Johnson, diretor de pesquisa global de ETFs da Morningstar, afirmou que os ETF temáticos podem ser bastante afetados, uma vez que são mais propensos a terem nomes que levam investidores a erros de avaliação. Como exemplo, ele cita os chamados “ETFs de blockchain”. Segundo ele, hoje esses fundos podem investir não apenas em empresas cujo negócio principal esteja ligado a essa tecnologia, mas também em instituições financeiras que pesquisam aplicações tecnológicas de blockchain ou em negócios que detenham bitcoins.
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