Pesquisar
Close this search box.
Programa social, sim. Furar o teto de gastos, não.
Economistas rechaçam alteração no teto de gastos, mas ressaltam que não são contra o Auxílio Brasil
Economistas rechaçam alteração no teto de gastos, mas ressaltam que não são contra o Auxílio Brasil
 Falta de compromisso do Palácio do Planalto com o gerenciamento das contas públicas não deteriora apenas o preço dos ativos, mas também a credibilidade do Brasil, afastando os investidores | Imagem: freepik

O mercado tem acompanhado com extrema preocupação as manobras do governo de Jair Bolsonaro para colocar de pé o Auxílio Brasil, programa assistencialista que substitui o Bolsa Família. Na última quinta-feira, dia 21, a Comissão Especial da Câmara que trata da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios aprovou texto que muda o cálculo de reajuste do teto de gastos e abre espaço para que a União gaste 83 bilhões de reais a mais em 2022. Os recursos, segundo o governo, são essenciais para o pagamento do Auxílio Brasil no valor de 400 reais por mês para 17 milhões de famílias até o fim do próximo ano. Apresentado pelo relator da matéria, o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), o texto causou mal-estar no mercado. O dólar atingiu 5,67 reais, a maior cotação em seis meses, e o Ibovespa desabou, chegando a 106 mil pontos. Indignados, economistas usaram as redes sociais para expressar seu repúdio à medida e esclarecer que as críticas não representam posição contrária ao Auxílio Brasil. 

“Há uma falsa retórica de que o mercado financeiro é contra programa assistencialista”, observa Camila Abdelmalack, economista na Veedha Investimentos. Em seu perfil do LinkedIn, a profissional ressalta que as reformas econômicas que poderiam garantir um programa social permanente não engrenam no Congresso e classifica o conjunto de manobras do governo como “colcha de retalhos”. “Agora, discutimos remendos e benefícios provisórios”, opina.  

Caio Megale, economista-chefe da XP Inc., fez coro à fala de Abdelmalack, enfatizando que o aumento com gastos sociais faz sentido nesse momento, diante das dificuldades provocadas pela crise econômica. “Mas isso deveria ser feito reduzindo outras despesas, como emendas parlamentares ou benefícios tributários”, assinala.  

E os problemas não param por aí. A falta de compromisso do Palácio do Planalto com o gerenciamento das contas públicas deteriora não apenas o preço dos ativos, mas também a credibilidade do Brasil, afastando os investidores. Esse cenário prejudica toda a sociedade, à medida que a escassez de investimentos limita o crescimento do País e reduz a oferta de empregos. “O atual governo está jogando no lixo uma excelente regra fiscal visando as eleições de 2022, só que o efeito disso deve ser contrário ao desejado”, ressalta Cristiano Oliveira, economista-chefe no Banco Fibra. 

Em artigo, Dan Kawa, sócio e economista-chefe na TAG Investimentos, compara a situação atual à abertura da “Caixa de Pandora”. “Além do Auxílio Emergencial (ou Auxílio Brasil), há pressão para aumento de gastos para financiar os caminhoneiros e outras classes específicas. Com a chegada de um ano eleitoral, vejo como difícil reverter essa tendência”, avalia. “Vale lembrar ainda que convivemos com uma inflação elevada, alta de juros, desemprego alto e sinais de desaceleração do crescimento em um ambiente de ‘tempestade perfeita’ para o País”. E se o descontrole das contas públicas não for urgentemente brecado, é certo que a tormenta só vai piorar. 

Leia também

Tributação de dividendos incita novo planejamento patrimonial

Fábio Barbosa: “Não existe apoio do mercado ao governo”

Poderes independentes prescindem de Poder Moderador


Para continuar lendo, cadastre-se!
E ganhe acesso gratuito
a 3 conteúdos mensalmente.


Ou assine a partir de R$ 34,40/mês!
Você terá acesso permanente
e ilimitado ao portal, além de descontos
especiais em cursos e webinars.


Você está lendo {{count_online}} de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês

Você atingiu o limite de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês.

Faça agora uma assinatura e tenha acesso ao melhor conteúdo sobre mercado de capitais


Ja é assinante? Clique aqui

mais
conteúdos

APROVEITE!

Adquira a Assinatura Superior por apenas R$ 0,90 no primeiro mês e tenha acesso ilimitado aos conteúdos no portal e no App.

Use o cupom 90centavos no carrinho.

A partir do 2º mês a parcela será de R$ 48,00.
Você pode cancelar a sua assinatura a qualquer momento.