Muito se diz que, à medida que avança o capitalismo de stakeholders, o impacto socioambiental dos negócios se torna cada vez mais fundamental na escolha de produtos financeiros. Segundo estudo anual conduzido pela consultoria EY, no entanto, a oferta de investimentos com recorte ESG via private equity não só está desapontando como pode não suprir as necessidades de grandes investidores em um futuro próximo.
Para a pesquisa “Global Private Equity Survey 2021 – Are you exploring the future or just visiting it?”, a EY entrevistou diretores de 127 gestoras de private equity na América do Norte, na Europa e na Ásia e 72 investidores institucionais que, juntos, têm 1,8 trilhão de dólares em ativos. A consultoria constatou que 49% dos investidores já contam com produtos de viés sustentável em suas carteiras. Além disso, 47% pretendem aumentar seus investimentos ESG via private equity e venture capital nos próximos três anos — entretanto, apenas 52% acreditam que há oferta suficiente desse tipo de produto para atender suas necessidades até 2024.
O mercado, é claro, começou a se mexer para suprir essa nova demanda, mas esse movimento é desigual geograficamente. Dois terços dos gestores na Europa e na Ásia oferecem estratégias ESG para os clientes, mas apenas 28% dos gestores na América do Norte fazem o mesmo. Outro dado importante: enquanto a maioria das empresas de private equity contempla riscos ESG no processo de tomada de decisão, 32% não dão importância a esses riscos ou só começam a considerá-los depois que o desempenho dos investimento é afetado. Para a EY, aquelas que escolhem ignorar a influência de fatores ESG nos negócios podem involuntariamente criar portfólios que não refletem o risco verdadeiro dos ativos e que carecem de gerenciamento adequado, o que faz os retornos financeiros parecerem mais seguros do que realmente são.
O estudo também mostrou quais riscos ESG as empresas de private equity consideram mais significativos. No topo da lista está a governança, sob a justificativa de que companhias bem administradas estão mais aptas a gerenciar riscos e capitalizar oportunidades. Nas segunda e terceira posições aparecem impacto ambiental e gestão de talentos — em último lugar estão as mudanças climáticas. A expectativa é de que a prioridade mude nos próximos anos, principalmente após a covid-19 ter deixado claro como questões socioambientais e de governança podem determinar a resiliência de uma empresa. “À medida que o comportamento social, político e cultural continuam a evoluir, especialmente em um mundo pós-covid-19, riscos ligados à cadeia de suprimento, à gestão de talentos, aos direitos humanos e às mudanças climáticas tendem a aumentar”, escrevem os autores do estudo.
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