Em tempos de ESG, parece claro que os esforços para que sejam adotadas as melhores práticas relacionadas ao tema devem vir não somente das empresas. Os investidores também precisam fazer parte da caixa de ressonância de demandas para pressionar e a apoiar as companhias — especialmente os institucionais, como gestoras de recursos e fundos de pensão, que têm mais voz para fazer as reivindicações. Pois, pelo menos no Reino Unido, o processo não tem sido tão tranquilo como se poderia imaginar.
No início da semana, o Financial Reporting Council (FRC), regulador britânico da área de auditoria, divulgou a lista dos signatários da versão reformada do seu código de stewarship, compilação de regras e procedimentos para os investidores institucionais desempenharem a contento seu papel de guardiões dos recursos que estão sob sua responsabilidade. Um terço dos candidatos a signatários não conseguiu alcançar os requisitos mínimos do regulador para poderem aderir ao novo código, reformulado no ano passado. Entre os excluídos, nomes de peso como Goldman Sachs, Credit Suisse, Northern Trust e BNP Paribas.
Interessaram-se pela adesão ao código britânico, que existe desde 2010 e serve de referência para stewardship mundo afora, 189 gestoras de recursos, fundos de pensão e outros grupos de investidores, sendo que 125 passaram na “prova” do FRC — receberam o aval do regulador para assinar o código, por exemplo, BlackRock, Aberdeen, Vanguard, UBS Asset e Fidelity International.
Entre outros pontos, a autoridade regulatória passou a exigir a apresentação de evidências das atividades de stewardship dos candidatos a signatários e de detalhamento de como integram os fatores ESG nas decisões de investimento. Sem citar nenhum caso específico, o FRC afirmou que os reprovados ou não mostraram evidências suficientes ou ficaram excessivamente concentrados na descrição de políticas internas de stewardship.
No Brasil também existe um código nesses moldes, lançado em 2016 pela Associação dos Investidores no Mercado de Capitais (Amec). Atualmente, o código tem 27 signatários, com adesões de casas como BB DTVM, BNP Asset Management, Indie Capital, JGP, Occam Brasil e Schroders, e de fundos de pensão como Funcef, Petros e Vivest, além da BNDESPar.
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