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Grandes bancos americanos apostam em SPACs
IPOs de empresas que existem para adquirir outros negócios são febre
Grandes bancos americanos apostam em SPACs

Imagem: Freepik

Os principais bancos de Wall Street estão lucrando com o entusiasmo em torno das SPACs no mercado americano. Grandes coordenadores de ofertas, como Citigroup, Credit Suisse e Goldman Sachs, embolsam, juntos, quase metade da receita de assessoramento dessas operações. Segundo dados da consultoria Dealogic, obtidos pela agência de notícias Bloomberg, a cifra relativa às comissões de 2020 é de pelo menos 400 milhões de dólares e tende a aumentar considerando a tendência para este ano. No primeiro trimestre, as SPACs captaram o valor histórico de 4 bilhões de dólares e, nos três meses seguintes, conseguiram dobrar a marca anterior, estabelecendo um novo recorde de 8 bilhões de dólares em captações.  

Uma sociedade de aquisição de propósito específico (SPAC) é uma companhia sem operações comerciais criada exclusivamente para levantar capital por meio de uma oferta pública inicial de ações (IPO). O objetivo com a capitalização é adquirir um outro negócio já existente, permitindo que as companhias-alvo da compra escapem de um longo e custoso processo de IPO. 

Também conhecidas como “empresas de cheque em branco”, as SPACs estiveram, por muitos anos, associadas a escândalos de fraude, mas a situação mudou com a busca do investidor americano por outras fontes de rendimento. No acumulado deste ano, as SPACs já representam quase 40% do volume do mercado americano de IPOs, ante apenas 1,1% há uma década, de acordo com informações da Dealogic obtidos pela Bloomberg. 

Dados do SPAC Analytics mostram que 70 IPOs já foram concluídos via empresas de cheque em branco neste ano  outras 110 dessas companhias estão em busca de um alvo para aquisição. Além disso, o material da SPAC Analytics compilado pela Bloomberg mostra que cerca de 70% das SPACs em busca de um negócio estão sendo negociadas com um prêmio, ou seja, os investidores estão pagando um alto preço por essas ações mesmo antes de saberem em quais negócios estão realmente investindo.  

O frenesi em torno da modalidade aumenta as preocupações de que as operações com SPACs se tornem meramente especulativas, sem que haja espaço de mercado suficiente para a aquisição de tantos negócios de sucesso. A propósito, uma análise do jornal britânico Financial Times sobre as empresas de cheque em branco dos EUA que foram organizadas entre 2015 e 2019 conclui que essas estruturas continuam a ser uma aposta arriscada para investidores comuns. Hoje, a maioria dessas companhias adquiridas é negociada abaixo de 10 dólares por ação, o que representa uma perda considerando que esse é justamente o preçopadrão da primeira venda de ações das SPACs 

Os receios, no entanto, não afetam os executivos dos grandes bancos coordenadores das ofertas, que continuam confiantes. “Existem grandes empresas privadas que estão sob pressão por causa da covid-19 que os mercados acreditam que serão as vencedoras a longo prazo”, disse Tyler Dicksoncodiretor global de bancos, mercados de capitais e consultoria do Citigroup em entrevista à Bloomberg. “Essa é uma combinação perfeita para uma SPAC, ao levar em consideração a volatilidade no mercado de IPO e a atual desaceleração em M&A, completou. 


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