Os ETFs (exchange traded funds) estão cada vez mais populares, principalmente por estarem apresentando boas oportunidades de ganhos para os investidores. Um exemplo: o Solar ETF (TAN), da Invesco, o ETF que mais se valorizou em 2020, avançou nada menos que 231% no período na comparação com o ano anterior. Mas um estudo recente da Ohio State University alerta que investidores com foco em curto e médio prazos e interessados em nichos de mercado devem ter cautela.
Não só os ganhos não são certos como existe a possibilidade de desvalorização em alguns casos. Segundo o levantamento, ETFs temáticos, concentrados em segmentos como biotecnologia ou em recortes como igualdade de gênero, tiveram retorno médio anual 4% menor do que os índices de ações durante cinco anos após o seu lançamento. Para chegar a esse resultado, os pesquisadores usaram o modelo Fama-French–Carhart, que avalia a exposição de portfólios a riscos do mercado acionário.
O estudo analisou ETFs negociados entre 1993 e 2019 nos Estados Unidos, país em que esse mercado ultrapassa a marca de 5 trilhões de dólares e corresponde a cerca de 17% dos ativos totais de empresas americanas. Conforme o trabalho conclui, o problema dos ETFs especializados, que costumam cobrar taxas maiores e oferecem acesso a segmentos mais restritos do mercado, é de timing.
“Não encontramos evidências de que o desempenho negativo [dos ETFs especializados] seja consequência do preço que os investidores estão dispostos a pagar para se proteger contra algum fator de risco relevante”, escrevem Itzhak Ben-David, Francesco Franzoni, Rabih Moussawi and Byungwook Kim no estudo “Competition for Attention in the ETF Space”. “Em vez disso, nossas evidências sugerem que ETFs especializados são lançados logo após o pico de entusiasmo em torno de um tema. Por isso, grande parte de novos ETFs especializados apresenta desempenho inferior com a supervalorização de seus portfólios.”
Diante do crescimento do interesse geral pelos ETFs, a competitividade se tornou tão intensa que esses fundos estão disputando a atenção dos investidores utilizando duas estratégias de marketing: destacar os preços baixos, como é o caso de ETFs com foco em índices referentes a segmentos amplos do mercado; ou enfatizar características únicas de seu portfólio, como acontece com ETFs especializados em algum nicho de mercado.
Esse aspecto comercializável dos ETFs especializados é o que mais gera preocupação. Segundo a pesquisa, há um interesse desproporcional por parte dos investidores de varejo em comparação com os investidores institucionais, teoricamente mais informados. “A análise sugere que ETFs especializados não criam valor para seus investidores, ou seja, não fornecem estratégias de investimento de alto desempenho. Logo, as altas taxas cobradas e a falta de diversificação desses produtos permanecem um enigma”, concluem os autores.
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