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Crises seguidas reforçam resiliência das empresas de energia
Escaldado por problemas com escassez de chuvas em períodos recentes, setor tem queda amenizada na bolsa de valores
  • Rejane Aguiar
  • setembro 13, 2021
  • Gestão de Recursos, Bolsas e conjuntura, Reportagens
  • . crise hídrica, B3, Setor de energia
Crises seguidas reforçam resiliência das empresas de energia
Cenário desperta as memórias desagradáveis do racionamento de energia de 2001 e das intensas estiagens do biênio 2014-2015 e, pelo menos na teoria, deveria fazer despencar as ações das empresas do setor na bolsa de valores | Imagem: freepik

Não fosse a balbúrdia incitada pelo presidente Jair Bolsonaro durante o feriado de 7 de setembro — incluindo ensaio de golpe e preocupantes bloqueios de rodovias por caminhoneiros bolsonaristas que depois o próprio presidente tentou conter — teriam continuado nas manchetes as preocupações com a estiagem que ameaça a plena produção de energia elétrica no País. A atual escassez de chuvas levou os mais importantes reservatórios (os do sistema Centro-Oeste e Sudeste) a operar num nível médio inferior a 20%, segundo dados recentes do Operador Nacional do Sistema (ONS). A situação mais grave está na represa de Furnas, que hoje tem água para ocupar apenas 16% de sua capacidade. Para se ter uma ideia do que esse número significa, para que sejam evitados danos às estruturas físicas e equipamentos das usinas hidrelétricas recomenda-se o desligamento de turbinas quando o percentual atinge 10%. 

Esse cenário desperta as memórias desagradáveis do racionamento de energia de 2001 e das intensas estiagens do biênio 2014-2015 e, pelo menos na teoria, deveria fazer despencar as ações das empresas do setor na bolsa de valores. Mas as quedas — quando existem — não ocorrem na mesma proporção do problema. Numa dinâmica (infelizmente) ainda pouco comum no Brasil, as empresas do setor de energia — geradoras, transmissoras e distribuidoras — em geral parecem ter aprendido com os erros e as experiências do passado, chegando ao contexto atual mais bem preparadas para enfrentar as adversidades do clima. 

Gestão da crise 

Alguns números corroboram essa percepção. Mesmo diante dessa crise hidrológica, que se soma ao cenário ainda ruim para a economia, o Índice de Energia Elétrica (IEE) da B3 acumula no ano, até o fechamento do pregão de 9 de setembro, recuo de 3,4%, em linha com o desempenho do Ibovespa (perdas de 2,93% no período). Uma breve análise do comportamento das ações das empresas mostra que, para fazer a precificação dos papéis na bolsa, os analistas têm observado de perto como cada uma faz a gestão dessa situação de crise, além de considerarem as características particulares dos negócios e dos subsetores de energia. As geradoras, dependentes da água para girar as turbinas, sofrem mais — casos como os de AES Tietê (queda de 10,57%) e Cesp (recuo de 12,94%). Em contrapartida, têm fortes altas as ações de transmissoras — Taesa (19,50%) e Isa Ceteep (14,73%). 

O mercado tem amenizado o impacto da escassez hídrica sobre as empresas de energia por considerar que elas hoje estão mais resilientes. Depois dos sustos da temporada praticamente sem chuvas de 2014-2015 (quem mora na cidade de São Paulo certamente se lembra das notícias alarmantes sobre o nível dos reservatórios de água para consumo do sistema Cantareira), as empresas de energia passaram a gerir de uma maneira mais adequada os riscos que um cenário como esse representa. 

Opção por hedge 

Na ponta da geração, muitas companhias aderiram a uma espécie de seguro oferecido pelo governo federal para não ficarem sem energia para vender. Trata-se de uma dinâmica relacionada ao termo técnico GSF, sigla em inglês para o indicador que vincula a energia gerada pelas usinas e sua garantia física. Quando ele está no nível correto, a geradora tem “mercadoria” suficiente para fornecer a seus clientes; em desequilíbrio, obriga a empresa a comprar a energia faltante no mercado livre, o que a deixa à mercê da variação dos preços — que evidentemente sobem nas situações em que faltam chuvas e cresce a demanda.  

Assim, as empresas que se protegeram com o seguro oferecido pelo regulador há seis anos hoje estão mais confortáveis, mesmo diante do nível calamitoso dos reservatórios. Frequentemente citada pelos analistas quando se trata de boa gestão desse risco, a Engie tomou a decisão de aderir ao seguro. As ações da companhia têm queda de 6,75% no ano na bolsa. Outra boa estratégia é modular as eventuais necessidades de compra de energia no mercado livre conforme as expectativas de preços.  

“As empresas parecem estar se acostumando a lidar com as crises hidrológicas, fazendo a gestão da energia gerada e vendida e das eventuais compras no mercado, para encontrarem preços mais baixos. Têm feito, em resumo, uma gestão ativa dos contratos”, observa Daniel Travitzky, analista de investimentos da Safra Corretora. No caso das distribuidoras, ele afirma que um problema maior ocorreria em caso de restrições para o consumo (como num hipotético racionamento), o que reduziria as receitas. 

Sombra de 2001 

É inevitável que o fantasma do racionamento ronde o setor e que sejam feitos paralelos de 2001 com o ambiente atual, mas por ora não é o cenário-base com que os analistas trabalham. O período seco de 2021 realmente está mais seco que o habitual, mas é necessário, dizem, esperar para ver em que intensidade virão as chuvas a partir de novembro, quando aumentam as precipitações. E ainda não há modelos meteorológicos capazes de dar hoje uma previsão precisa de como será o verão. 

Também não vale pensar na replicação do racionamento de 20 anos atrás por uma razão estrutural. Naquela época, cerca de 90% da matriz energética brasileira dependia de hidrelétricas, percentual de participação que agora gira em torno de 60% a 70%. Cresceram muito, por exemplo, as operações ligadas a outras fontes renováveis, como as energias eólica e solar. Embora as termelétricas (alternativas para geração de energia em casos de falta de água) sejam mais caras economicamente e também da perspectiva ambiental, hoje elas existem em maior quantidade do que em 2001 e têm tecnologias melhores do que o uso do diesel como combustível. 

Além de gerirem contratos e hedges, as empresas de energia apostaram na estratégia de diversificação dos negócios, o que as ajuda a proteger seu valor de mercado. Como lembra Travitzky, a AES Brasil tem em seu portfólio operações com energia eólica e solar, assim como a Engie. Esta, por sua vez, também possui participações no segmento de transmissão e em gasoduto e opera usinas térmicas. Essa estratégia de diversificação igualmente integra a política da CPFL, Neoenergia, Energisa e Equatorial (que, inclusive, tem siso figura presente em leilões de concessões de saneamento). 

Transmissão blindada 

Um segmento particular está, na prática, blindado contra os efeitos deletérios da crise hídrica: o de transmissão. Pelo modelo vigente, as concessionárias de serviços desse tipo de serviço — as donas daquelas torres imensas que margeiam rodovias e se misturam a paisagens verdes do interior — recebem valores fixos de seus clientes (geradoras e distribuidoras), corrigidos anualmente pela inflação. Têm, portanto, previsibilidade de caixa, o que inclusive facilita o planejamento de expansão e de novos negócios. 

Para os investidores, há boas opções na bolsa, como Taesa (valorização de 19,50% no ano até 9 de setembro) e Isa Cteep (alta de 14,73%). “Comprar ações de empresas de transmissão pode atender bem os investidores mais conservadores”, afirma Travitzky, acrescentando que essas companhias, assim como o setor de energia elétrica como um todo, são boas pagadoras de dividendos. A transmissão, desse ponto de vista, seria como um investimento que mescla renda fixa e variável. Fora do mercado aberto, o destaque é a State Grid Holding Brazil, empresa de capital 100% chinês que opera duas linhas gigantes de transmissão que levam a energia gerada na usina de Belo Monte, no Pará, a Minas Gerais e Rio de Janeiro. Recentemente, a empresa emitiu 1,1 bilhão de reais em debêntures classificadas com o rating triple A.  

Com os ajustes regulatórios feitos nos últimos anos, maior atenção à necessidade de administração de hedges e de diversificação de operações, é possível que as empresas do setor elétrico consigam atravessar bem mais um período difícil. A não ser que São Pedro neste fim de ano seja realmente muito avarento. 

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