Os CFOs das companhias abertas americanas já se preparam para um possível aumento de despesas decorrente de uma nova regra que a Securities and Exchange Commission (SEC) planeja implementar. Diante da maior preocupação dos investidores com o meio ambiente, o regulador apresentou, na última segunda-feira, dia 21, uma proposta que prevê que todas as empresas listadas em bolsas americanas — inclusive estrangeiras — divulguem anualmente ao mercado suas emissões de escopo 1 (resultado direto das atividades) e escopo 2 (consumo de energia). As emissões de escopo 3 (cadeia produtiva), por apresentarem um cálculo mais complexo, precisarão ser reportadas apenas por empresas cuja relevância desse escopo seja significativa, definição essa que ainda não tem critérios definidos.
A proposta do xerife americano atende a uma demanda de longa data dos investidores. Desde que a agenda ESG começou a ganhar força, eles reclamam da falta de informações públicas padronizadas e comparáveis sobre o assunto. A ausência, além de facilitar o greenwashing, dificulta a tomada de decisões.
Para cumprir com as novas exigências, as companhias avaliam que precisarão aumentar seus investimentos em compliance. Ao The Wall Street Journal, empresas como a fabricante de produtos de escritório Acco, a vendedora de produtos de laboratório Agilent Technologies e a companhia de logística C.H. Robinson disseram que provavelmente terão que recrutar funcionários para dar conta da tarefa.
Além disso, como a regra da SEC propõe a validação das informações por uma instituição independente, as empresas se preparam para incluir em seus orçamentos a contratação de uma empresa de engenharia ou auditoria para atestar suas medições. “Tudo isso exigirá muito tempo, esforço e dinheiro”, resumiu Neal Fenwick, diretor financeiro da Acco, ao jornal americano.
Na opinião do diretor financeiro da Agilent, Robert McMahon, a exigência de uma validação externa adicionou “uma camada desnecessária de complexidade”. De acordo com a proposta do regulador americano, essa obrigação deve ser cumprida por companhias com freet float superior a 250 milhões de dólares e/ou com receita anual maior que 100 milhões de dólares. Por ora, emissões de escopo 3 não precisarão dessa certificação.
Nos próximos 60 dias, o texto passará por audiência pública e poderá sofrer mudanças. Caso a regra seja aprovada ainda este ano, as primeiras informações serão publicadas provavelmente em 2024, com base em dados do no ano fiscal de 2023.
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