O ano de 2021 promete mais mudanças relevantes para os negócios mundo afora — e não se trata das consequências da crise da covid-19. Maior gestora do mundo, a BlackRock, com 7,8 trilhões de dólares sob gestão, atualizou seus princípios globais e diretrizes de votação para 2021 para colocar em destaque as diversidades racial e de gênero, a mudança climática e os interesses de stakeholders.
A alteração deve ter peso significativo sobre os mercados. Em 2020, a BlackRock detinha participações substanciais em aproximadamente 91% das empresas do S&P 500. Entre essas companhias, a posição da gestora era, em média, de 7,7%, de acordo com dados compilados pela Morningstar com base em relatórios anuais. Dessa forma, a mudança de curso da BlackRock não é uma ação isolada — é um impulso para outros investidores e empresas se alinharem aos novos propósitos.
“Os investidores estão atentos à maneira como as empresas pretendem reconstruir seus negócios pensando em sustentabilidade de longo prazo e criação de valor”, afirma a BlackRock no documento. Entre as modificações que a gestora espera ver implementadas em 2021 estão a divulgação de um plano de transição para a economia de zero carbono, de um relatório com foco em stakeholders e seus interesses no negócio, e um aumento da diversidade de gênero e racial em conselhos. E a gestora alerta: “Nas situações em que acreditarmos que as companhias não estão se movendo com velocidade e urgência suficientes, nosso curso de ação mais frequente será responsabilizar os diretores, votando contra sua reeleição”.
Maior suporte aos stakeholders
A principal mudança está justamente na sinalização da BlackRock de que está preparada para votar contra as companhias em 2021, seja em respeito às propostas apresentadas por acionistas ou em situações de eleição de diretores. Desde julho de 2020, a gestora tem votado dessa forma, mas só agora inseriu esse ponto em suas diretrizes de votação. Essa é uma virada significativa de posicionamento, algo que a gestora atribui à necessidade de uma busca rápida por sustentabilidade dentro e fora das empresas — e o risco climático é a principal ameaça. “[Nos Estados Unidos] o que acontecerá com as hipotecas de 30 anos – um pilar fundamental das finanças – se os credores não puderem estimar o impacto do risco climático para um horizonte tão longo?”, questiona Larry Fink, CEO da gestora, em carta. Segundo as novas diretrizes de votação da BlackRock, se a proposta de um stakeholder tratar, por exemplo, de um risco comercial relevante que a administração não está gerenciando e divulgando como deveria, a gestora apoiará a proposta para “acelerar seu progresso”.
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