O apoio da BlackRock às propostas de acionistas dos EUA relacionadas a questões sociais e ambientais caiu quase pela metade na temporada de assembleias anuais deste ano, segundo reportagem do Financial Times. A gestora já havia alertado que isso poderia acontecer em maio deste ano, quando argumentou que as propostas estavam se tornando muito prescritivas e que a invasão da Ucrânia pela Rússia exigia uma mudança nas avaliações dos investimentos.
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“Muitas propostas relacionadas ao clima procuravam ditar o ritmo dos planos de transição energética das empresas sem levar em consideração o impacto disso sobre o seu desempenho financeiro, dada a demanda dos consumidores. Outras não reconheciam os progressos feitos”, escreveu a BlackRock, em relatório divulgado recentemente. “Esses fatores tornaram as propostas mais difíceis de serem apoiadas.”
E, ao que parece, a maior gestora de ativos do mundo não é a única a pensar dessa forma. Dados da ISS mostram que o apoio dos investidores em geral a propostas ambientais e sociais caiu de 36% dos votos na temporada de assembleias de 2021 para 27% neste ano. Na BlackRock, o declínio foi de 43% para 24%. Já na State Street Global Advisors, outra renomada gestora de recursos, esse percentual caiu de 25% para cerca de 20%.
Nos últimos meses, a BlackRock e seu fundador Larry Fink foram amplamente criticados por políticos do Partido Republicano, que argumentam que a gestora está promovendo um “capitalismo subversivo”, que aprisionará as empresas, aumentará os preços ao consumidor e sacrificará os empregos. Tanto a BlackRock quanto a State Street enfrentaram perguntas dos governos estaduais do Texas e de Virgínia, que planejam boicotar grupos de serviços financeiros que “discriminam” os combustíveis fósseis.
Embora esteja apoiando menos as propostas ambientais e sociais dos acionistas levadas à assembleia, a BlackRock afirma que continua votando contra recomendações que afetam os retornos de longo prazo dos investidores. Globalmente, a gestora não apoiou os administradores em pelo menos uma proposta em 7.024 empresas, ou 43% do total. “Nós não mudamos. O contexto é que está mudando ao nosso redor”, destaca a gestora.
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