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Mesmos problemas de Obama?
Investidores festejam a vitória de Biden, mas temem os efeitos de um congresso dividido sobre a recuperação americana
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Analistas acreditam que caberá ao Banco Central e sua política monetária o papel dominante nas tentativas de recuperação econômica dos EUA | Imagem: Freepik

O mercado financeiro deu um suspiro de alívio no sábado, dia 7, depois que os principais veículos dos Estados Unidos declararam o democrata Joe Biden vencedor da eleição presidencial. Passada a euforia, contudo, é sabido que essa foi a “vitória fácil” de Biden. Ao entrar no Salão Oval em janeiro de 2021, o 46º presidente da maior economia do mundo enfrentará um conjunto extraordinário de circunstâncias: uma pandemia que não arrefece, economia debilitada, uma população dividida e em convulsão social, e uma condição climática em risco. A resposta inicial dos mercados financeiros foi claramente positiva à sua vitória — a volatilidade indigesta que emergia dos tuítes de Trump já havia esgotado até mesmo os mais republicanos. Mas as análises traçadas após a confirmação do vencedor indicam um prognóstico delicado para a economia americana a partir do ano que vem. A gestão sobre a pandemia é vista como o ponto crucial para superação das dificuldades.  

O ponto de maior incerteza é a composição do Congresso americano. De um lado, alguns analistas temiam a chamada “onda azul”, em que democratas teriam a maioria na Câmara e no Senado americanos e os freios às políticas abonadas para recuperação da economia estariam contidos. O badalado investidor Mark Mobius, momentos antes de a contagem dos votos se encerrar, deu uma entrevista dizendo que o ímpeto de Biden de aumentar impostos sobre grandes fortunas e sobre as companhias arrastaria recursos dos Estados Unidos para outros mercados, pondo abaixo os mercados de ações.  

Agora que a perspectiva é o Senado estar nas mãos dos republicanos a partir de janeiro de 2021, muitos receiam o contrário de Mobius — que a divisão acabe não permitindo as respostas rápidas à economia que o governo federal precisa encabeçarDiante disso, alguns analistas acreditam que caberá ao Banco Central e sua política monetária o papel dominante nas tentativas de recuperação — um quadro semelhante à recuperação árdua e gradual do governo Obama, que experimentou um congresso divido, muito mais focado em cortes de custos do que em políticas de estímulo. Há quem lembre que, historicamente, a divisão do congresso americano leva a um desempenho medíocre das ações nas bolsas de valores. 

Boa notícia para os investimentos ESG 

A despeito das indefinições quanto aos efeitos da vitória de Biden sobre a economia no curto prazo, os motivos para comemoração também são irrefutáveis“O impulso inicial é que o mundo espere por um Estados Unidos engajado novamente em uma forma mais sistemática e previsível de enfrentar os problemas severos que existem globalmente”, disse o vice chariman da BlackRock Philipp Hildebrand em entrevista à Bloomberg Surveillance. 

Até mesmo Leon Cooperman, bilionário e ex-gerente de hedge fund que criticava abertamente o Partido Democrata, afirmou estar satisfeito com o resultado da eleição. “É um sinal para o mundo de que a América não mudou os seus valores. 

O presidente eleito também caiu no gosto dos investidores interessados nas questões climáticas, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês). Departamento do Trabalho da gestão de Donald Trump havia desencorajado a inclusão de investimentos ESG em planejamentos de aposentadoria e proposto uma mudança no Employee Retirement Security Act de 1974 (ERISA), que passaria a exigir que alguns planos de pensão e de aposentadoria coloquem interesses econômicos acima de objetivos não-pecuniários. 

A expectativa é de que Biden mude esse cenário. “Há uma oportunidade enorme aqui”, observa Martin Whittaker, CEO da JUST Capital, empresa de pesquisa independente e apartidária criada pelo bilionário filantropo Paul Tudor Jones. Na opinião de Whittaker, os objetivos dos setores privado e público estão, pela primeira vez, alinhados, o que dá ao novo presidente dos Estados Unidos a oportunidade de “mudar o curso do capitalismo”. 

Pelo menos em sua campanha, Biden se mostrou inclinado a isso. Em agosto, por exemplo, revelou um plano de 2 trilhões de dólares para enfrentar as mudanças climáticas, visando uma rede elétrica neutra em carbono até 2035, o desenvolvimento de um setor de transporte descarbonizado e investimentos maciços em novas tecnologias verdes e energia limpa. Além dos óbvios impactos ambientais dessas metas, a mudança para energia limpa poderia criar novos empregos  10 milhões pela estimativa da campanha de Biden. 


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