Bancos preparam-se para mais fusões e aquisições em 2016
Ilustração: Grau 180.com.

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2016 será um ano desafiador. A incerteza em torno da situação fiscal, agravada pela deterioração do cenário político, fez o Brasil amargar mais um rebaixamento de rating em 2015. No dia 16, a Fitch seguiu os passos da Standard & Poor’s e tornou-se a segunda agência de classificação de risco a tirar o selo de grau de investimento do País. As perspectivas para o mercado de capitais seguem o mesmo tom deprimente das notícias em relação à macroeconomia, mas com alguns alentos. A área de fusões e aquisições (M&A) é uma delas.

O Itaú BBA começará 2016 com o maior pipeline de operações de M&A de sua história, informou Christian Egan, diretor-executivo do banco de investimentos, durante almoço de fim do ano dos executivos da instituição com a imprensa. Segundo ele, os estrangeiros estão na ponta compradora — o que evidencia o interesse pelos ativos brasileiros e a atração adicional da desvalorização do real.

“É bom vermos que temos a confiança dos investidores estrangeiros. De alguma forma, eles apostam que vamos superar nossos problemas nos próximos anos”, afirmou José Olympio Pereira, presidente do Credit Suisse no Brasil, também durante encontro com jornalistas, realizado um dia antes do rebaixamento da Fitch. Pereira destacou a assertividade do GIC, fundo soberano de Cingapura, que comprou duas fatias da Rede D’Or de hospitais neste ano, além da operação da multinacional francesa Coty, que recentemente adquiriu a divisão de cosméticos da Hypermarcas.

O Credit Suisse está igualmente animado com as operações de M&A. Espera que o volume movimentado por essas transações em 2016 alcance R$ 150 bilhões. “O que mudou no mercado? A motivação. Antes, as fusões e aquisições miravam o aumento do consumo, a classe média emergente. Agora, são voltadas a consolidação, aumento de eficiência, redução de dívida e obtenção de liquidez”, explicou Fábio Mourão, responsável pelo departamento de investment banking do Credit Suisse.

Itaú BBA e Credit Suisse também estão alinhados em relação às expectativas para o mercado acionário. Ambos esperam obter bons retornos comprando ações em bolsas latinas, como as de México, Chile e Colômbia. A bolsa brasileira ficará em segundo plano, para investimentos seletivos, uma vez que, na visão dos dois bancos, os preços ainda não caíram o bastante para compensar a instabilidade dos cenários econômico e político. O pessimismo é compartilhado, ainda, em relação às ofertas de ações. Apesar de estarem com novatas preparadas para a estreia, os bancos acreditam que, no momento, apenas companhias muito carentes de recursos recorrerão à venda de ações. “Nos meus 30 anos de carreira, nunca vi um momento em que o pessimismo fosse tão unânime”, declarou Pereira. Mas a saída da crise, pondera, está clara: basta vontade política. A incógnita é o ritmo em que as soluções serão colocadas em prática. Cândido Bracher, presidente do Itaú BBA, lembrou que, antes de o Brasil ter o grau de investimento, a situação externa era mais frágil do que a atual. No entanto, o risco de moratória “dava um sentido de urgência” ao cenário, algo que não se vê agora.


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