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Burocracia no caminho do vírus
Como a política jogou areia nas engrenagens da máquina governamental nos EUA
  • Peter Jancso
  • janeiro 21, 2022
  • Bolsas e conjuntura, Prateleira
  • . Estados Unidos, pandemia, Covid, ômicron
The Premonition: a pandemic story
Escritor Michael Lewis mostra como os Estados Unidos lidaram com a pandemia em Premonition: a pandemic story. — Imagem: Anna Beatriz Magalhães/Capital Aberto

Como diria Roberto Campos, fica mais fácil olhar a História sob a luz da lanterna na popa. Nesse caso, embora a pandemia tenha entrado oficialmente na vida dos americanos em janeiro de 2020, o fio da meada encontra-se no governo Bush, no início dos anos 2000. Nos meses que se seguiram ao trágico evento das torres gêmeas, o presidente americano temia ataques por vírus, por causa do poder de destruição e do pânico que causam. O governo, então, decide congregar um grupo de especialistas para estudar e criar um protocolo para lidar com doenças infecciosas. Fast forward para 2021 e a perda de centenas de milhares de vidas naquele país: o que deu errado? Como a nação que supostamente havia se preparado para o evento apresentou uma das piores respostas do planeta?

Este é o fiapo que Michael Lewis puxa para desenrolar o complexo novelo de como os Estados Unidos lidaram com a pandemia, contado em Premonition: a pandemic story. Como um bom thriller de ação, o livro apresenta inicialmente um conjunto de heróis anônimos em vários cantos do país, cujo ponto em comum era seu conhecimento sobre doenças infecciosas e como elas se espalham. Após abordar suas trajetórias profissionais e sua qualificação sobre o assunto, a narrativa trata de como esses experts se encontraram e descreve a frustração de todos com a maneira como o governo estava lidando com a situação. Como num capítulo da Liga da Justiça, eles criam um grupo autodenominado “Wolverines” para discutir planos baseados em ciência e evidências empíricas de como encarar uma pandemia. Todos trabalhavam em diferentes áreas da administração do governo nas esferas municipal, estadual e federal, e precisavam operar no subterrâneo, sob o risco de serem demitidos caso descobertos.

Mas onde buscar evidências de como atuar numa pandemia? Os Wolverines precisam voltar até a gripe espanhola de 1918 para levantar os padrões de infecção e dispersão, num trabalho quase forense junto a reportagens de época para formar um quadro estatístico sobre o qual realizar inferências. Uma vez entendido o padrão de contaminação, levaram suas descobertas a seus chefes, finalmente chegando até o organismo federal encarregado do assunto, o Center for Disease Control, ou CDC. Como já se sabe, foram recebidos com grande ceticismo e literalmente ignorados em um primeiro momento, diante da recomendação de isolamento, que geraria grande impacto social, econômico e político. Um coquetel tóxico de apatia, ignorância e incompetência típico de burocracias treinadas para não assumir responsabilidades soterrou o bom senso e os argumentos científicos, até que a situação ficou fora de controle.

Entre reconhecer a necessidade das medidas drásticas sugeridas e implementá-las, as autoridades na saúde pública se depararam com outros desafios ainda mais complicados: o sistema descentralizado de hospitais, a autoridade municipal (não federal) sobre assuntos de saúde pública e a própria descrença de grande parte da população sobre as recomendações de isolamento. Mas o árduo caminho para emplacar a narrativa e conquistar a opinião pública havia sido pavimentado.

Como em toda guerra, somos cativados pelas histórias da resistência, por aqueles poucos heróis anônimos que são capazes de se sacrificar pelo bem comum. Juntos, eles conseguiram entender o inimigo e descobrir como encontrá-lo e como combatê-lo. O grande desafio desse grupo foi mobilizar o sistema público de saúde em um ambiente altamente politizado, sabendo do custo que essa burocracia enrijecida provocaria sobre a sociedade. Histórias de heróis precisam de vilões para que a narrativa emocione e provoque engajamento. O duro é descobrir que o inimigo não é o vírus, mas as organizações criadas pela sociedade para protegê-la e seus líderes com agendas individuais politizadas.

The Premonition: a pandemic story
Michael Lewis
W. W. Norton & Company
319 páginas
1a edição ― 2021

Peter Jancso é sócio da Jardim Botânico Investimentos e conselheiro independente

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