O espaço das redes sociais foi palco, na última semana, de uma briga inusitada. De um lado do ringue, a novata Zetta, associação fundada pelo Nubank, Mercado Pago e Google no início do ano. Do outro, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). O foco da discussão foram as assimetrias regulatórias entre bancos e fintechs e quem seria mais favorecido nessa história.
Trocando farpas
A contenda aconteceu na rede social LinkedIn. A discussão começou com uma postagem da Zetta sobre o aumento das tarifas dos grandes bancos durante a pandemia, detectado por uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e divulgada em reportagem do Valor Investe. Segundo o estudo, enquanto os bancões elevaram as tarifas de serviços como depósitos, saques e transferências de 9% a 25%, acima da inflação acumulada no período, os sete bancos digitais analisados (Nubank, Agi, Neon, Banco Original, Superdigital, Inter e Banco Next) mantiveram os preços.
A postagem, com pouquíssimas reações e comentários, recebeu uma resposta enérgica da Febraban, que publicou um “textão”. Nele, a entidade destaca que o “Nubank, que tem cara, porte, produtos e até nome de banco” cobra juros mais altos dos seus clientes do que a média dos cinco ou 10 grandes bancos brasileiros. Além disso, destaca que os bancos geram mais de meio milhão de empregos em todo o País e têm que cumprir mais exigências, ao contrário das fintechs que não precisam seguir as regras para contratação de bancários e ainda pagam menos impostos.
Tiro no pé
As ”verdades” ditas pela Febraban, entretanto, viralizaram de forma desfavorável à entidade, e sua reação foi classificada como “birra” nos comentários. “Em vez de optar por ações desesperadas como essa e competir nos meandros da lei, por que vocês não pivotaram no passado o modelo arcaico onde seus clientes eram tratados como números e não pessoas?”, questionou Matheus Hunger, que atua na área de Customer Success da healthtech Hilab.
Além disso, quem acompanhou a briga disse que a Febraban, ao pontuar que as taxas do Nubank são mais altas que as dos bancos tradicionais, demonstrou falta de conhecimento sobre seus clientes. “As pessoas não escolhem as fintechs por conta de taxas, mas sim pela facilidade, usabilidade e atendimento. Hoje, os bancos também melhoraram, mas, para mim, em grande parte por conta da provocação e avanço das fintechs”, opinou Rodrigo Perenha, head de Engenharia do Mercado Pago.
A palavra final, por enquanto, é da Zetta, que aproveitou o apoio da internet para dar mais uma alfinetada. A associação lamentou que a resposta da Febraban tenha tentado “confundir a opinião pública a respeito de temas importantes sobre a concorrência no setor de serviços financeiros”. Pelo visto, era melhor a Febraban ter ignorado o primeiro post.
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