O dia 28 de dezembro marcará o bicentenário de nascimento de Irineu Evangelista de Souza, mais conhecido como barão e, depois, visconde de Mauá. Os seus feitos empresariais foram mencionados na coluna — então chamada Memórias — de maio deste ano, quando se completaram 138 anos da debacle de sua casa bancária.
Mauá nasceu no meio rural em Arroio Grande, extremidade sudeste do pampa gaúcho, onde se expandia a pecuária de corte, na margem norte do rio Jaguarão. Os seus avós, emigrados dos Açores, haviam sido pioneiros naquela região. As sangrentas disputas por terra e gado aconteciam no mesmo cenário de banditismo e ausência de lei que, décadas depois, viria a celebrizar o faroeste americano. Num desses episódios, em 1819, o pequeno Irineu perdeu o pai, assassinado com um tiro.
Aos 9 anos de idade, em 1823, a mãe do futuro Barão de Mauá o entregava a outro filho, capitão de navio mercante. O objetivo era encaminhá-lo para uma carreira no comércio do Rio de Janeiro, o que lhe abriria horizontes. Na capital do recém-fundado Império do Brasil, sozinho na vida, Irineu foi recomendado a um comerciante português de importância: Pereira de Almeida, mais tarde barão de Ubá, cuja firma atacadista figurava entre as maiores da cidade. Diligente e tenaz, Mauá galgou todas as possibilidades que o emprego lhe oferecia, chegando ao posto de guarda-livros com apenas 14 anos. Foi nesse patamar que chamou a atenção do escocês Ricardo Carruthers, credor da empresa, com quem fora tratar da quitação de débitos.
Contratado por Carruthers, Mauá passou a se envolver com negócios e práticas britânicas, além de fazer uso corriqueiro da língua inglesa. Rapidamente foi guindado à condição de sócio. Em janeiro de 1836, o comerciante escocês decidiu retornar à sua pátria, fazendo de Irineu, aos 22 anos, o principal responsável pela firma. Em 1840, com a casa ainda em atividade, ele empreendeu longa viagem à Inglaterra. Voltou cheio de ideias de seu primeiro contato in loco com a economia mais desenvolvida daqueles tempos. As atividades da Carruthers & Cia. prosseguiram até 1844, quando se decidiu a liquidação voluntária e venderam-se todos os ativos. Como o negócio prosperara muito, o barão ficou riquíssimo.
Outro aspecto que deve ser ressaltado sobre Mauá é a sua inclinação política. A favor dos negócios e da liberdade de empreender, foi membro do Partido Liberal e se elegeu deputado de sua província natal em diversas legislaturas.
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