Estudo recente da Universidade da Geórgia — que acompanhou 1.324 empresas ao longo de oito anos — examinou a relação entre o tempo dos CEOs no cargo e o monitoramento exercido pelos conselhos de administração. Para este trabalho, foi definido o número de reuniões do conselho e a rotatividade dos diretores-presidentes como duas medidas aproximadas do nível de monitoramento exercido pelo board. Por outro lado, o período de tempo do executivo no cargo foi utilizado como medida do seu poder de barganha junto ao conselho.

Como resultado, a pesquisa constatou que: 1) Quanto maior o tempo do CEO no cargo, menor a freqüência das reuniões do conselho e menor a chance de ele ser substituído “à força” pelo conselho; 2) Os conselhos monitoram os CEOs que vieram de fora da empresa de forma mais intensa do que os promovidos internamente. Especificamente, observou-se que a freqüência de reuniões do conselho no primeiro ano de um CEO de fora é bem maior que a freqüência de encontros do órgão no primeiro ano daquele promovido dentro da companhia; 3) Os CEOs com mais tempo no cargo têm menos chances de serem demitidos do que aqueles com histórico menor. Os conselhos são mais pacientes com executivos de longa data, mesmo quando apresentam resultados insatisfatórios em um determinado ano; 4) O mercado reage positivamente à substituição de CEOs antigos e de forma negativa à substituição dos mais novos. Neste caso, a demissão de um executivo mais velho é vista como uma vitória do conselho sobre um CEO “entrincheirado”, enquanto a demissão de um novo presidente é interpretada como o reconhecimento de um erro cometido pelo conselho; 5) Os CEOs que decidem sair da empresa para posições em novas companhias geralmente foram sujeitos a maior escrutínio e atuação dos conselhos nos dois anos anteriores à sua decisão de mudança de emprego.

No geral, os resultados sugerem que os CEOs negociam maior autonomia à medida que aumentam seu tempo no cargo e que os executivos conseguem obter mandatos mais longos no cargo e maior poder de barganha junto ao conselho quando apresentam bom desempenho no início do seu período de atuação.