O Comitê Executivo de Governança Corporativa da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicou, em agosto, um estudo sobre o impacto dos chamados veículos de investimento alternativo (fundos hedge e fundos de private equity) sobre a governança e o desempenho das empresas. O trabalho teve como foco os chamados fundos ativistas, que visam explicitamente aumentar o valor de suas carteiras de investimento por meio do engajamento ativo em companhias de capital aberto selecionadas. 

Como principal resultado, o também chamado Grupo dos Ricos concluiu que, no geral, esses investidores ajudam a aprimorar as práticas de governança das empresas-alvo e contribuem positivamente para seu desempenho. Além disso, o trabalho mostra que os fundos ativistas ajudam a aumentar o conteúdo informacional dos demais investidores, fomentando o exercício ativo de seus direitos de acionistas, o que tende a gerar melhor alocação dos recursos corporativos e maior eficiência econômica como um todo. 

Em relação aos fundos hedge, seu ativismo geralmente envolve demandas por mudanças na cúpula executiva das empresas, na composição do conselho de administração, na política de dividendos, na estratégia corporativa, na estrutura de capital e nos planos de fusões e aquisições. Esses fundos utilizam uma série de estratégias de atuação, como a aquisição de maior direito a voto (às vezes por meio de derivativos) e a promoção de campanhas públicas junto a outros investidores (principalmente institucionais). Sua taxa de sucesso tem sido significativa, de 60% a 75%, e não há evidências de que as empresas-alvo tenham sido prejudicadas por algum ganho de curto prazo desses investidores.