No dia 10 de outubro, mais um mau exemplo de governança corporativa veio à tona no mercado norte-americano. A Refco, maior corretora independente de contratos futuros e commodities dos Estados Unidos, anunciou que havia omitido dívidas não-recuperáveis da ordem de US$ 430 milhões com o intuito de inflar suas demonstrações financeiras.
A Refco tinha uma carteira de dívidas não pagas por seus clientes, algumas datadas dos anos 90, que foram transferidas a uma empresa fechada sob controle de ninguém menos que o seu CEO e presidente do conselho, Phillip Bennett, sem que a operação jamais tivesse sido divulgada. A descoberta lançou uma série de novas suspeitas sobre a companhia. Como resultado, Bennett se afastou de suas funções e foi preso na noite de 11 de outubro. Nos dias seguintes, o mercado puniu a companhia de forma severa: a negociação de suas ações foi suspensa pela Nyse no dia 13, após os papéis terem despencado 72% em três dias. Em 14 de outubro, duas de suas principais unidades de negócios, a Refco Securities e a Refco Capital Markets, cessaram suas operações. Impressiona o fato de a corretora ter realizado uma oferta pública inicial de ações (IPO) há apenas dois meses, em agosto. Na ocasião, levantou US$ 530 milhões, dos quais 34% foram para Bennett, dono de um terço das ações da empresa. A Grant Thornton, responsável pela auditoria da Refco, havia reportado deficiências materiais no sistema de controles de internos, mas não as havia considerado merecedoras de uma investigação mais profunda. O Conselho de Supervisão das Práticas Contábeis (PCAOB) abriu um inquérito para avaliar o trabalho de auditoria realizado pela Grant Thornton. Os bancos que realizaram a operação de subscrição das ações da Refco no seu IPO foram o Credit Suisse, Goldman Sachs e Bank of América. |
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