As empresas na Índia estão alegando dificuldades para encontrar conselheiros independentes em número suficiente para atender à nova regulamentação da comissão de valores local (Securities and Exchange Board of India – SEBI), denominada cláusula 49. Sob a nova regra, as companhias listadas em bolsa são obrigadas a ter metade de conselheiros independentes nos seus conselhos de administração, caso possuam as mesmas pessoas ocupando os cargos de presidente do conselho e diretor executivo. A proporção cai para um terço se pessoas diferentes ocuparem os dois cargos.Segundo estimativas do jornal indiano Business Standards, levando em conta um tamanho médio de conselho de nove pessoas, somente para atender as 500 maiores empresas do País serão necessários 2.500 novos conselheiros. Como resultado, oficiais aposentados de alta patente passarão por um treinamento intensivo de duas semanas em práticas de governança corporativa ministrado pela Sociedade de Contabilidade de Bombaim e pelo Instituto de Pesquisas em Gestão SP Jain. O objetivo do treinamento é capacitá-los para atuarem como conselheiros independentes.

Em outra iniciativa, um website patrocinado pela Bolsa de Bombaim, Bolsa Nacional da Índia e Confederação da Indústria da Índia foi criado a fim de recrutar conselheiros independentes. O website (www.primedirectors.com) afirma já ter selecionado 10.841 conselheiros independentes com qualificações compatíveis às exigências do cargo. Segundo, Prithvi Haldea, diretor executivo do portal, o argumento de escassez de conselheiros independentes no mercado tem sido utilizado nos últimos anos pelas empresas, principalmente as antigas, como desculpa para tentarem evitar a aprovação de novas regras de governança relacionadas à composição dos conselhos. Haldea afirma que os números de registros no Primedirectors evidenciam a presença de talentos em número suficiente no país com interesse e qualificações para atuarem como conselheiros independentes.