Pesquisa elaborada pela empresa de seleção de executivos Russel Reynolds Associates constatou que o percentual de empresas pertencentes ao S&P 500 com pessoas diferentes ocupando os cargos de diretor-presidente (CEO) e presidente do conselho (chairman) aumentou para 29%, contra 21% há cinco anos. Essa prática de governança, recomendada por praticamente todos os códigos, é considerada a mais difícil mudança de paradigma nas companhias norte-americanas, tendo em vista a forte tradição de um líder ocupando ambos os cargos nas empresas do país.

Ganham notoriedade histórias como as da Disney, Fannie Mae e Hewlett-Packard. A Disney chegou a ser pressionada pelos acionistas, que incluíram uma cláusula estatutária definindo como norma a necessidade de pessoas diferentes nos dois cargos. No caso da Dell, o antigo CEO passou a focar questões mais estratégicas na presidência do conselho e a operação diária foi transferida a um antigo executivo de confiança.

Lou Layton, diretora executiva para seguros de responsabilidade civil de administradores da Marsh, declarou em entrevista que a indústria de seguros deverá passar a dar um incentivo financeiro para as empresas dividirem os dois cargos-chave, já que o risco é menor quando pessoas diferentes estão nesses postos. Peter Tulupman, porta-voz da seguradora AIG, afirmou publicamente que “as empresas que separaram os cargos estavam começando a pedir descontos”.

Entretanto, a mera divisão de papéis não é garantia de boas práticas de governança. Esse argumento é corroborado por outra pesquisa, realizada pela empresa de seleção de executivos Spencer Stuart & Associates. O trabalho constatou que apenas 9% dos presidentes de conselho das empresas pertencentes ao S&P 500 não tinham vínculos anteriores com a companhia, principalmente como executivos.