A AIG, uma das maiores companhias de seguro do mundo, arquivou as investigações de suspeita de fraudes dos Estados e do governo norte-americano ao aceitar pagar US$ 1,65 bilhão em multas e restituições, duas vezes mais que a maior penalidade previamente imposta a uma companhia norte-americana. Trinta e cinco estados vão receber cerca de US$ 344 milhões retroativos aos impostos e taxas que deveriam ter sido pagos pela AIG no período de ocorrência das fraudes contábeis. O Estado de Nova York receberá adicionalmente US$ 100 milhões para seu fundo geral de penalidades. Em relação ao governo, a SEC também receberá US$ 100 milhões, enquanto o Departamento de Justiça, US$ 25 milhões.

Os investidores, que acusam a AIG de terem sido enganados por suas táticas contábeis, receberão US$ 700 milhões, enquanto os beneficiários dos seguros receberão os US$ 375 milhões restantes. Apesar do enorme valor desse acordo, o custo para a reputação da seguradora deve ser ainda maior. Afinal, foi descoberta uma lacuna de US$ 1,7 bilhão na provisão para perdas da empresa — metade deste valor relacionado a uma subestimada exposição a problemas ambientais e de contaminação por amianto.

As últimas notícias podem ter afetado os níveis de capital da AIG, o que ocasionaria uma reavaliação do rating da empresa. A crise levou à demissão do antigo CEO e presidente do conselho, Maurice Greenberg. O ex-CEO e o antigo CFO Howard Smith enfrentarão ações civis de fraude na corte de Nova York. Além deles, um antigo executivo do grupo, Christian Milton, enfrentará ações criminais relativas a operações anteriores da empresa com a Berkshire Hathaway, subsidiária da seguradora General Re.