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Sábios investidores

Uma virtude inquestionável dos mercados de capitais é sua capacidade de criar. Imaginação e inteligência são frequentemente usados para desbravar rotas que terminam em cifrões reluzentes. O que fazer quando as bolsas não sobem? Encontrar um jeito de ganhar com a queda, é claro. Assim surgiram truques encantadores como os derivativos e as operações de aluguel de ações, que possibilitam fazer muito dinheiro com as inevitáveis possibilidades de insucesso. Uma simples e astuta constatação da vida como ela é: se nem sempre as coisas vão bem, por que não achar uma forma de ganhar na baixa?

Pois assim funcionam os chamados investidores de posição vendida, tema da reportagem de capa desta edição, produzida por Luciana Del Caro. Eles estão crescendo a galope no Brasil e têm exigido uma resposta rápida e atenta dos reguladores e profissionais de relações com investidores (RIs). Situações estranhas podem ocorrer na rotina desses investimentos; por exemplo, o uso do voto com a ação alugada, desprovido de interesse em ajudar a companhia ou, por que não, propositalmente intencionado em prejudicá-la. Não seria o caso de os RIs tentarem conhecer melhor esse investidor — em vez de odiá-lo por não enxergar o futuro radiante que eles prometem em suas apresentações? Mas como fazer isso se há tão pouca transparência sobre esse sócio?

Interessante que, nos Estados Unidos, os “short sellers” vêm trabalhando para mostrar sua face do bem. Ao tentar achar as companhias cujas ações têm grandes chances de desabar, eles atuam como detetives do que está errado. Assim, enquanto uns correm para enxergar o que vai dar muito certo antes de todo mundo, outros escarafuncham a derrocada desde os seus primeiros sinais — e, assim, descobrem grandes trapalhadas ou até mesmo desavergonhadas falcatruas, como conta Bruna Maia Carrion.

E, por falar em coisas erradas, nesta edição a repórter Yuki Yokoi volta a relatar os criativos métodos do comandante da Forjas Taurus para livrar-se dos inconvenientes causados pela presença de minoritários na companhia. A última invenção do empresário teria sido uma venda de controle camuflada por um aumento de capital ensaiado com o comprador. A tática funcionou muito bem. E ainda adicionou um item novo à cartela de métodos criativos para escapar das famigeradas ofertas públicas de aquisição obrigatória — as OPAs.

Nenhuma surpresa numa conjuntura em que as soluções mirabolantes para subtrair direitos começam a ser gestadas já no âmbito do governo federal. A história recente da Eletrobras, também abordada nesta edição, sintetiza o descaso do setor público com as leis e as boas práticas. Sábios os investidores que aprenderam a apostar na baixa.


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