As complicações produzidas pela crise aparecem de forma cada vez mais pronunciada nos investimentos. No começo da semana, o BNDES anunciou uma série de iniciativas para estimular o financiamento de projetos de infraestrutura por meio de debêntures, mas o mercado continuou cético: a intenção é das melhores; o cenário, contudo, é estéril. Poucos atores se habilitam a investir diante do quadro de insegurança jurídica instalado em segmentos como o de rodovias, conforme constatado por Roberto Rockmann em Grupo de Discussão promovido pela capital aberto nesta semana.
Os prognósticos tornam-se ainda mais desanimadores — e os registros também. Segundo a Anbima, no mês passado não houve sequer uma emissão de debênture, o que não acontecia desde fevereiro de 2009. Para outros títulos, os números revelam-se igualmente mais magros neste 2016. Uma esperança se abre na frente das fusões e aquisições, graças ao interesse de estrangeiros com visão de longuíssimo prazo. Os chineses, que de um lado desaceleram a economia mundial, observam no Brasil boas oportunidades.
Na capa desta edição, a curiosa reportagem de Yuki Yokoi sobre o empreendedor novato que lançou um portal para recolhimento de procurações de voto. Sem explicar exatamente o que se propunha a fazer nem conversar com as companhias sobre o projeto, ele criou um site convocando acionistas para votarem nas assembleias de cerca de 60 companhias abertas. Procurado pela repórter, não tinha uma estrutura ou um plano de negócios que justificasse a atrevida empreitada. Vestido com aparente ingenuidade, ele parece ter ignorado que prestar serviços no mercado de valores mobiliários exige mais do que uma ideia na cabeça e uma página na internet.
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Tags: debêntures Anbima mercado de capitais BNDES crise política investimento crise econômica Portas se fecham Financiamento de projetos Encontrou algum erro? Envie um e-mail
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