Crises costumam subir os véus. Impiedosas, expõem defeitos antes camuflados pela maquiagem da prosperidade. Tem sido assim no Brasil. Obstáculos estruturais são destapados nas vias que interligam os setores público e privado, como mostram algumas reportagens desta edição.
Quebradas, milhares de empresas recorrem à Lei de Recuperação Judicial, cuja eficácia decepciona em seu primeiro teste para valer. Faltam segurança jurídica e espaço para negociação, dois elementos primordiais para fazer fluir as iniciativas que reconstituem a saúde das companhias. Enquanto isso, os investimentos privados em infraestrutura, requeridos para substituir os minguantes aportes do BNDES, esbarram em entraves como a modelagem das garantias e a oferta de taxas de retorno incompatíveis com os riscos. No setor de portos, o bem-vindo interesse de agentes privados é interditado por questões regulatórias e, segundo especialistas da área, por uma ingerência excessiva do Estado.
O quadro parece danificado o suficiente, mas o termômetro da confiança no Brasil pode alcançar temperaturas ainda mais baixas. Após numerosas conversas com analistas e autoridades, o repórter Rodrigo Petry descreve a contenda da CCR com o governo do estado de São Paulo para sustentar o aditivo contratual — generoso, é verdade — que a companhia assinara em 2006. Os estragos provocados pelo duelo atingem não só os papéis da concessionária e a confiança de seus investidores como também o potencial das captações de recursos voltadas ao financiamento da infraestrutura em geral.
Novidades
Esta edição inaugura a periodicidade bimestral da capital aberto, adotada para valorizar conteúdos de longo prazo e ampliar o enfoque em reportagens analíticas e investigativas. Nela aproveitamos para lançar e remodelar seções, em harmonia com o novo formato. Trazemos de volta a Papo Aberto, dedicada a narrar boas conversas com personagens interessantes; transformamos Histórias em Análise, com vistas a relacionar fatos atuais a precedentes históricos; Artigo passa a se chamar Opinião, agora mais concentrado em apresentar visões de mundo; e nascem Princípio e Antessala — a primeira, para contar como começaram as empresas líderes de serviços ou produtos atuantes no mercado de capitais brasileiro; a segunda, para promover o diálogo sobre questões da atualidade. Espero que gostem.
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