Feixes de luz

Este ano começou diferente. As más notícias herdadas de 2014 continuam fabricando nuvens que acinzentam o horizonte, mas agora é possível ver acanhados feixes de luz despontando por trás delas. Nesta edição, a convivência do pessimismo generalizado com sinais de esperança é flagrada na seção Antítese. Sob ângulos opostos, analistas da bolsa de valores delineiam suas expectativas para o comportamento das ações. Um deles sugere que o ano péssimo para a economia não deverá ser tão ruim para o pregão.

A mesma ideia aparece noutros dois momentos deste número. Um é a reportagem sobre as expectativas do mercado com o ingresso de Joaquim Levy na Fazenda, a partir da página 14. São muitas as incertezas sobre o espaço de atuação do ministro e o tempo de resposta de suas medidas, mas é nítida a confiança em que os passos esperados vão recolocar o País em rota de crescimento. A outra janela para otimismo está na matéria sobre os efeitos esperados do uso da Instrução 476 para ações. O instrumento, que permite emissões de ações com distribuição restrita a qualificados, animou as projeções dos banqueiros de investimentos — eles acreditam que a via rápida de aprovação no órgão regulador estimulará o lançamento de papéis por companhias já listadas em bolsa. “Será o primeiro ano da retomada do mercado local”, diz um deles.

Se a bolsa antecipa visões, como é seu papel, os sopros ainda tímidos de esperança são, então, uma boa notícia. Podem ser interpretados como o sinal não só de que chegamos ao ponto de virada das curvas descendentes dos gráficos como também de que há informações novas nas planilhas, capazes de fazer embicar para cima os preços dos ativos. A fragilidade dessa percepção, no entanto, é evidente. O escândalo que apunhala a Petrobras, agravado a todo tempo por revelações de fraudes e complicações com o balanço, tem efeitos no curto e no longo prazos ainda difíceis de mensurar.

O dia seguinte das grandes catástrofes é sempre uma incógnita. Um deles, a propósito, está retratado na reportagem de capa desta edição. A implosão do império de Eike Batista deixou milhares de acionistas desolados e um abacaxi dificílimo de descascar no colo dos credores, além de rombos monstruosos nos patrimônios de ambos. Os processos de recuperação judicial das ex-empresas X enfrentam, além das dívidas, uma série de entraves operacionais alimentados pela interdependência entre elas e por imprevistos que tornam o cenário ainda mais tortuoso. Infelizmente, mais um elemento do cinza-escuro de 2015 que ainda prevalece sobre os pontos de luz.


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