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Diferenças aceitas

Quando se fala em governança corporativa, é possível imaginar algo como a arquitetura dos comportamentos na empresa. Pilares e vigas planejados para incentivar atitudes dirigidas ao interesse de todos os acionistas — ou simplesmente para refrear qualquer coisa que distorça esse ideal. Por isso o tema é tão presente nas páginas da CAPITAL ABERTO. No fim do dia, são as condutas originadas das estruturas de governança que levam os agentes do mercado de capitais a ganhar ou perder dinheiro. O assunto, em vários aspectos, se aproxima mais do campo da psicologia que das finanças. E, por essa característica, é maleável e, às vezes, surpreendente, como na reportagem de capa desta edição.

Depois de duas décadas fundadas no princípio da igualdade entre acionistas, expresso no conceito de “uma ação, um voto”, as discussões sobre a melhor governança parecem reconhecer que as realidades são desiguais. Enquanto alguns investidores institucionais se propõem a fazer uma gestão ativa dos recursos a eles confiados, outros preferem não ter nenhum envolvimento com a companhia e apenas usar suas ações para especular, montar posições ou receber dividendos. Assim, por que não dar mais direitos de voto àqueles que realmente querem usá-los de forma consciente, recompensando-os por essa atitude?, perguntou a Comissão Europeia, em audiência pública encerrada em junho. Como sugerem os behavioristas, não seria essa uma maneira de estimular os comportamentos certos, reforçando os incentivos para os que os adotam?

Parece que os pensadores da governança estão em fase de reconhecer que nem todo princípio gera os resultados esperados quando aplicado. Na edição anterior a esta, a reportagem de capa questionava outro paradigma: o de que os conselheiros independentes devem ser maioria no board das organizações. Estudos recentes mostraram que independentes demais podem ensejar um conselho pouco comprometido e inclinado a tomar decisões de baixo risco. Assim como os investidores, os conselheiros independentes são diferentes entre si, e uns podem ser mais sábios — embora menos engajados — que outros.

No berço dessas revisões está o legado de prejuízos duradouros deixado pela crise financeira internacional. Erguer pilares que incentivem visões de longo prazo é o objetivo central das atuais tentativas de acertar — e os investidores ganham um papel ainda mais basilar nesses desenhos novos. Para o Brasil, trata-se de uma oportunidade excelente para refletir sobre os modelos que nos servem e planejar estruturas que igualmente favoreçam o longo prazo.

, Diferenças aceitas, Capital Aberto


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