Pelo menos 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada. E 100 milhões não usufruem de uma rede de esgoto, conforme dados apresentados pelo escritório Figueira Hong no Grupo de Discussão de Infraestrutura promovido pela CAPITAL ABERTO no fim de março. São números alarmantes, que clamam por investimentos urgentes — com ou sem a participação dos deficitários estados brasileiros. A reportagem de capa desta Seletas traz notícias animadoras para esse cenário. O setor público, finalmente, parece engajado na busca de conexões com empresas privadas para implantar soluções. Antes tarde do que nunca.

Na seção Relevo, o juiz Daniel Carnio Costa, titular da 1ª vara de falências do TJ-SP, conta como a avalanche de pedidos de recuperação judicial tem contribuído para expor as deformidades da Lei de Falências. Hipóteses de voto abusivo dos credores, por exemplo, carecem de regulação mais precisa indicando caminhos para processos menos tumultuados no futuro.

Na seção de artigos, o advogado Felipe Claudino discorre sobre a oportunidade aberta no ano passado para empresas investidas de FIPs serem sociedades limitadas, e não apenas S.As. A alternativa é válida, mas envolve riscos a serem avaliados pelos investidores. Quando observadas de perto, ele afirma, as limitadas revelam ampla sorte de inconvenientes.

Abril começou, e a temporada de assembleias agita os investidores que querem eleger um integrante de conselho de administração. Na Vale, os ânimos suscitaram até mesmo uma disputa entre minoritários, que indicaram dois pares de nomes para concorrer entre si às vagas preenchidas por acionistas que detêm ONs e PNs. Seja lá quem for o vencedor, a boa notícia é que, pela primeira vez, a gigante brasileira de capital aberto terá um escolhido das minorias na sua alta administração. Finalmente.