Ao embarcar nesta edição o leitor logo notará o tom de desânimo. São os fatos, infelizmente. A começar pela matéria de Bruna Maia, sobre fechamentos de capital. Enquanto o resto do mundo esbanja apetite para captar recursos com ofertas de ações, o mercado de capitais brasileiro mantém-se estático. Diante da pouca visibilidade sobre os rumos da economia, emissores e investidores não convergem sobre o denominador comum que lhes permite selar negócio: o preço dos ativos. O resultado é não apenas a ausência de novas captações, como o impulso dos emissores para recomprar os próprios papéis e sair da bolsa, sem muito alarde.
O fenômeno se repete no âmbito dos fundos imobiliários, conforme mostra a reportagem de Luciana Del Caro. Rebaixadas pela mesma alavanca que na outra ponta faz subir a taxa de juros, as cotas desses fundos já não mais refletem o valor dos imóveis que as lastreia. A distorção aguça a criatividade dos investidores, que veem nela a oportunidade de fazer dinheiro líquido e certo. Por que não tomar o controle do fundo para, de posse das decisões, vender o imóvel-lastro e embolsar a diferença? Aparentemente, a bolsa não está conferindo aos ativos o seu devido valor, o que leva os agentes a preferirem ficar fora dela. Essa não é uma boa notícia.
Mas será que há um pessimismo exagerado? Muitos dizem que sim; alguns poucos confessam que não. Na seção Antítese deste mês, opusemos dois gestores de recursos respondendo a essa pergunta. De um lado, a visão de que o pior já passou; do outro, a de que as mazelas da economia corroerão ainda mais os preços. No pano de fundo, a crise da Petrobras, a estagnação provocada por Copa e eleições, os problemas de infraestrutura, a inflação pressionada e o estrangulamento fiscal.
O contexto de incertezas e preços baixos é um celeiro para as brigas entre acionistas controladores e investidores. Na capa desta edição, mais uma história de duelo societário com as minorias, neste caso para resgatar o status de poder que havia sido perdido pelo controlador da Forjas Taurus ao dispersar o capital da companhia. Assim como no movimento de saída das empresas da bolsa ou de tomada de controle dos fundos imobiliários, o impulso é no sentido de concentrar. A dúvida é o quanto essas intenções podem fazer retroceder os avanços dos últimos anos.
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