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Warren Buffett, o melhor aluno de Ben Graham – Parte 2
Como o discípulo desenvolveu um estilo próprio, inspirado no mestre
  • Alexandre Póvoa
  • setembro 28, 2018
  • Colunistas, Bolsas e conjuntura
  • . Warren Buffett, Ben Graham
Ilustração de Alexandre Póvoa

Alexandre Póvoa*/ Ilustração: Julia Padula

O último artigo descreveu a trajetória de Warren Buffett, que emergiu da classe média americana para se tornar um dos maiores gestores de recursos da história.

Apesar de ter sido o mais famoso discípulo de Ben Graham, considerado o “pai da análise fundamentalista”, Buffett desenvolveu um estilo próprio, com algumas variantes em relação à teoria de seu mestre. Uma consequência imediata dessa teoria particular de investimento pôde ser vista durante toda a carreira de Buffett: compra de participações relevantes em cada empresa e concentração do portfólio em poucas ações — o oposto do conceito de diversificação preconizado por Graham. Uma famosa frase do discípulo ratifica as diferenças: “Diversificação é simplesmente uma proteção contra a ignorância”. Ele sempre preferiu ter mais influência sobre a companhia, participando de forma ativa dos fatores que considerava os mais importantes para o futuro de qualquer negócio: o formato e o destino da alocação de capital.

Os critérios de seleção de investimentos eram extremamente simples, deixando em segundo plano os conceitos macroeconômicos (defendidos por Ben Graham) e as tendências setoriais. Três perguntas teriam de ser plenamente satisfeitas para que o investimento fosse elegível ao portfólio de Buffett:
• O negócio é simples e compreensível?
• O negócio tem uma história operacional consistente?
• O negócio apresenta perspectivas favoráveis de longo prazo?

Os filtros sempre o levaram a privilegiar o investimento em companhias bastante conhecidas no mercado, indo contra o senso comum de que as melhores oportunidades estão normalmente em empresas que quase nenhum analista cobre. “É muito melhor comprar empresas fantásticas a preços regulares do que empresas regulares a preços fantásticos”, afirmava o mestre Buffett.
Seu estilo virou uma grife, hoje imitada por investidores do mundo inteiro. Não se rendeu a modismos, nunca tendo adquirido participações, por exemplo, em restaurantes, cassinos ou casas de entretenimento.

No período entre 1997 e 2000, no auge da chamada “bolha da internet”, ele não investiu em uma única ação desse segmento. Chegou a escrever cartas aos acionistas dizendo que, mesmo consciente de que estava perdendo um “boom” de mercado, se recusava a comprar ações de empresas cujos planos de negócios ele simplesmente não entendia e que não atendiam nem de perto àquelas três perguntas famosas, que se tornaram critérios básicos de investimento. Os críticos de Buffett dizem que ele não aproveitou ali, nem que fosse em “tiros rápidos”, oportunidades ímpares de ganhar dinheiro para os cotistas. Seus fãs, ao contrário, o elogiam por ter livrado os acionistas do estouro da bolha ocorrido no ano 2000. É a história do “copo meio cheio ou meio vazio” — cada um enxerga da forma que lhe convém. Mas todos concordam em um ponto: Buffett, mesmo com todas as tentações de retorno fácil naquela ocasião, seguiu religiosamente sua filosofia de investimento, solidificando seu nome como um mito no mundo da gestão de recursos.

Como qualquer gestor, ele também viveu momentos difíceis, mesmo mantendo intacta sua estratégia. Em 2008, por exemplo, ano da maior crise financeira global após 1929, ele enfrentou seu pior período de performance da Berkshire Hathaway desde que assumira seu controle, ainda como uma companhia têxtil, em 1965. Junto com seu inseparável companheiro e sócio Charlie Munger, oito anos mais velho que ele, recebeu duras críticas durante um evento anual de apresentação de resultados a cotistas — que costumavam lotar estádios de futebol com capacidade para um público de 20 a 40 mil pessoas (com vários telões ao redor), com convidados de dezenas de faculdades e países. Essa tradição foi quebrada com a introdução das conferências via webcast, com uma abrangência bem maior.

Mas a reação da dupla Buffett-Munger foi imediata, com investimentos de 10 bilhões de dólares em meio à crise — 50% foram destinados à compra de ações do Goldman Sachs, que viria a proporcionar enorme lucro nos anos seguintes, que continuaram a ser de muito sucesso.

A questão sucessória sempre foi muito debatida na Berkshire Hathaway. Afinal, em 2018, Buffett completou 88 anos e Munger chegou aos 94. Ambos estão completamente ativos e participam do dia a dia da empresa. Habitualmente, aparecem potenciais nomes para sucessão, mas parece que o próprio Buffett, em sua carta aos acionistas deste ano, não vê essa possibilidade tão próxima assim. “Quero assegurar a vocês que nunca me senti tão bem. Eu adoro gerir a Berkshire. Se curtir a vida trouxer longevidade, o recorde de Matusalém estará em perigo”, escreveu.

O investidor fiel, que acreditou na genialidade de Buffett, chamado de o “Oráculo de Omaha”, não deve ter muito do que reclamar. Quem aplicou mil dólares nas ações da Berkshire Hathaway em 1965, sem nenhuma retirada ou novo aporte, teria acumulado, depois de todos os movimentos de mercado, 20,2 milhões de dólares ao final de 2017, o que representa um impressionante retorno, em dólares, de 21% ao ano. O investidor que, alternativamente, preferiu aplicar seus recursos em um fundo indexado ao S&P (com taxa de administração de 0,5% ao ano) teria chegado a apenas 26,5 mil dólares (6,5% anuais) no mesmo período.


*Alexandre Póvoa ([email protected]) presidente Canepa Asset Brasil. Autor dos livros Valuation, como Precificar Ações e Mundo Financeiro, o Olhar de um Gestor

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