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Em ESG, não dá para enganar por muito tempo
A responsabilidade por conduzir o assunto da forma correta está na mão da liderança
Daniel Izzo

Daniel Izzo, sócio-cofundador da Vox Capital | Ilustração: Julia Padula

O ESG vem ganhando cada vez mais força. Um estudo sobre o tema feito pela Grant Thornton, com cerca de 5 mil empresários de 29 países, apurou que 89% dos entrevistados acreditam na importância desse recorte e 90% creem em seu poder de melhorar a imagem de suas respectivas companhias. E o ganho com as práticas não gera retorno apenas para a imagem da empresa. Segundo um relatório da BlackRock, 94% dos produtos que seguem os princípios ESG performaram melhor do que seus pares no primeiro trimestre de 2020. 

Empresários do mundo todo estão atentos e implementando essas práticas em seus negócios. Mas, na carona da importância crescente das questões ambientais, sociais e de governança, algumas companhias têm ficado apenas no marketing. Ou seja, fazem pouco, mas gastam uma quantia considerável com publicidade para se mostrarem “verdes” — é o chamado greenwashing. 

A responsabilidade por conduzir o assunto da forma correta está na mão da liderança. É papel do líder assegurar que as iniciativas realmente saiam do papel, assim como estabelecer metas que sejam desafiadoras e importantes para a sustentabilidade do negócio. É preciso dar o exemplo antes de falar. É comum ver empresas se comprometerem com a diversidade, mas terem em seu quadro de diretores apenas homens brancos. Isso não será tolerado por muito tempo. 

Transparência em atos e relatos 

É fato que nenhuma empresa está verdadeiramente preparada e operando dentro dos preceitos do ESG, até porque esse é um caminho longo, em evolução constante. Mas é preciso que haja transparência nas ações e na comunicação. A companhia que está realmente empenhada em se aprimorar sabe quais são seus pontos fortes e fracos e o que precisa ser feito para melhorar.  

Uma empresa dizer que vai ser carbono neutro até 2050 não basta. É preciso apresentar planos concretos. Um relatório de sustentabilidade que se restringe a citar o que foi feito e não oferece uma lista dos próximos passos pode até agradar os acionistas e clientes, mas não cumpre seu papel.   

O lado positivo do greenwashing é que ele sinaliza a importância que o tema tem conquistado. Se as companhias estão se sentindo pressionadas a falar a respeito, é sinal de que o tema está se tornando mais relevante. Além disso, trata-se de um caminho sem volta. Mesmo que hoje as empresas estejam apenas fazendo marketing, em breve terão de agir. Ou mergulham de cabeça ou abandonam de vez o discurso, porque não será possível enganar a todos por muito tempo.  


Daniel Izzo ([email protected]) é sócio-cofundador da Vox Capital

 

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