A aposta em empresas inovadoras tem cada vez mais relevância dentro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Um sinal foi a criação de uma área exclusiva no estatal para capital empreendedor — conforme o anúncio feito por Eduardo Rath Fingerl, diretor de mercado de capitais da instituição, no congresso da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), em 16 de abril.

A área de capital empreendedor será encabeçada por Fabio Sotelino, ex-superintendente do setor de mercado de capitais, agora sob o controle de Caio Melo. As duas áreas estarão subordinadas à diretoria de mercado de capitais. A criação do departamento se fez necessária devido ao expressivo crescimento desse setor. “De dois anos para cá, quando o BNDES decidiu incrementar o apoio à inovação e às pequenas e médias empresas, a atividade ganhou muito vulto”, explica Rath Fingerl. “Ficou clara a necessidade de uma divisão.”

Nesse período, o banco participou da estruturação de 22 fundos de investimento, dos quais oito de venture capital, dois de FIDCs, um de capital semente (o Criatec) e o restante de private equity. O BNDES também adquiriu participação acionária direta em outras 26 empresas — cinco somente entre janeiro e fevereiro deste ano. A carteira de investimentos atual da área de capital empreendedor conta com 11 fundos — oito de venture capital, dois de private equity e um de capital semente—, com R$ 1,9 bilhão de patrimônio. Rath Fingerl destacou a capacidade de alavancagem de recursos dos fundos. Atualmente, excluindo-se os fundos em fase de desinvestimento, o BNDES entra com um capital comprometido de R$ 1,4 bilhão, em relação a um total de R$ 6,6 bilhões. “Não tenho dúvidas de que o grau de investimento trará mais investidores estrangeiros a essa cadeia, inclusive para o setor de venture capital, que ainda é incipiente por aqui”, finaliza.