Em artigo publicado na mais recente edição da revista, os três autores (dois professores da Universidade Harvard e um consultor) explicam que a disrupção começa pela criação de um modelo de negócio voltado a um grupo de consumidores não atendido pelas empresas tradicionais do setor. Esses clientes podem tanto ter interesse em um nicho muito específico quanto fazer parte de classes sociais mais baixas — ambos públicos considerados pouco lucrativos pelas grandes empresas.
Assim, os “disruptores” começam devagar, até criarem um modelo de negócios tão eficiente que, após alguns anos, conseguem atender outros clientes, expulsando inclusive grandes players do mercado. Para a Harvard Business Review, o exemplo perfeito de disrupção é a Netflix. No início, a empresa enviava filmes raros pelo correio para um público de nicho que não se importava em esperar para receber o produto. Com o tempo, adaptou sua plataforma e tirou do mercado a Blockbuster, gigante do setor de locação de filmes — que nem sequer se preocupava com o inovador concorrente quando ele surgiu. O Uber não fez nada disso. Já chegou competindo pelos mesmos clientes dos taxistas.
Para os autores, há alguns problemas em não se entender a teoria e no uso indiscriminado da palavra. Um deles é que as grandes corporações, hoje em dia bastante preocupadas em não serem ultrapassadas por novos e “disruptivos” concorrentes, podem cometer erros de diagnóstico e gastar tempo e energia reagindo a “ameaças” que ainda não são ameaçadoras (e podem nem vir a ser). Ao fazer isso, correm ainda o risco de não prestar atenção a empresas que têm, de fato, potencial para desafiá-las no futuro.
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