O êxito do corporate venture capital
Apenas em 2018 surgiram, no mundo, 264 novos CVCs investindo pela primeira vez
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*Richard Zeiger | Ilustração: Julia Padula

Ao mesmo tempo em que abre amplas possibilidades de novas soluções para as corporações, o fenômeno da transformação digital impõe desafios complexos a serem enfrentados. O resultado prático é o surgimento crescente de empresas inovadoras de base tecnológica com novos modelos de negócios, o que significa necessidade de adaptação para as que já estão consolidadas em seus respectivos mercados.

Grandes corporações já perceberam que o melhor caminho está no desenvolvimento de uma estratégia de inovação externa, uma vez que suas estruturas próprias não são capazes de suprir sozinhas as novas demandas. A atuação em venture capital, cujo desenvolvimento no Brasil nos últimos anos demonstra uma expressiva evolução, é um sintoma evidente dos novos tempos e se apresenta como uma alternativa quase mandatória. Mais especificamente em uma de suas vertentes, denominada corporate venture capital, ou simplesmente CVC.

De uma maneira geral, o venture capital consiste na captação de recursos de terceiros por uma gestora para investimentos em startups de base tecnológica.

No CVC a essência é a mesma, mas o recurso normalmente tem origem na corporação patrocinadora e os investimentos estão alinhados à sua estratégia mais ampla. A busca é por startups que podem ou não estar relacionadas à sua atividade principal e que sejam capazes de proporcionar algum tipo de sinergia ou, ainda, de representar ameaça ao negócio da corporação.

Nos casos mais evoluídos, as associações ocorrem totalmente fora do ambiente da corporação patrocinadora, sob formação de um fundo, com equipe própria e, mais importante de tudo, autonomia para decidir os investimentos. Dessa maneira, de forma conjunta, a corporação e o corporate venture conseguem alcançar uma perspectiva muito além dos seus mercados, com numerosas vantagens — entre elas, a possibilidade de ter acesso (e entender) ao que acontece de mais inovador nos seus mercados e investir naquelas que serão as próximas tendências.

Dados recentes do setor, reunidos pela consultoria CB Insights, revelam o êxito do modelo no mundo. No ano passado, a indústria global de CVC fechou 2.740 novos negócios, com investimentos totais de 53 bilhões de dólares, o que significa um salto de 47% em relação a 2017. Apenas em 2018 surgiram 264 novos CVCs investindo pela primeira vez, contra 195 no ano anterior. O grupo de países fora da América do Norte, da Europa e da Ásia ainda ocupa uma participação marginal nesse mercado, mas com muitas oportunidades. No Brasil, uma importante iniciativa é a do fundo multicorporativo BR Startups, gerido pela MSW Capital, que reúne em um único veículo investidores do porte de Microsoft, Banco Votorantim, Qualcomm, Banco do Brasil Seguros, Bayer (ex-Monsanto), Age-Rio e Grupo Algar.

A experiência tem mostrado que, entre outros fatores, esse movimento no Brasil é impulsionado por uma crescente cultura do empreendedorismo e pela inclusão do brasileiro no mundo digital. Prova disso é o surgimento das primeiras empresas nacionais avaliadas em pelo menos 1 bilhão de dólares — os “unicórnios”.

Todos sairão ganhando com esse movimento, de corporações, startups e gestores até os clientes finais das novas soluções digitais que estão por vir. É apenas o começo. O fator decisivo a partir de agora é a coragem para dar o primeiro passo. Se você é líder de uma grande empresa a pergunta que deveria estar se fazendo é: vou ficar de fora dessa?


*Richard Zeiger ([email protected]) é sócio da MSW Capital


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