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Bakkt busca atrair investidor institucional de bitcoin
Ambiente de negócios oferecido pela empresa, do grupo ICE, pretende contornar barreira da baixa liquidez
bitcoin, Bakkt busca atrair investidor institucional de bitcoin, Capital Aberto

*Carlos Russo | Ilustração: Julia Padula

Os mercados de ativos digitais são hoje globais e bastante desenvolvidos, mas foram projetados para atender clientes de varejo — e não investidores institucionais. Dentre as reclamações dos que têm maior capacidade para fazer aportes financeiros em criptoativos estão falta de liquidez, regulamentação insuficiente e questões relacionadas a confiabilidade, taxas e riscos operacionais.

No final do último mês de setembro, passou a funcionar o ambiente de negociação da Bakkt, em que estão disponíveis contratos futuros com entregas físicas de bitcoins. Controlada pela Intercontinental Exchange (ICE), dona da New York Stock Exchange (NYSE), a Bakkt pretende fornecer um ecossistema confiável para os participantes do mercado, estabelecendo padrões e procedimentos de nível internacional e já adotados em outros mercados financeiros regulados tradicionais.

Após uma grande expectativa e um atraso em relação à previsão de inicial de funcionamento (o final do ano passado), a Bakkt fechou sua primeira execução de ordem na bolsa de futuros da ICE a um preço de 10,115 dólares, conforme informou a empresa em um post no Twitter. Diferentemente da concorrente CME Group, que lançou contratos futuros em dezembro de 2017 com liquidação financeira das posições, a Bakkt faz o pagamento em bitcoins. Ocorre que o início das operações deixou a desejar. Na primeira semana, o volume acabou ficando bem abaixo do imaginado, não ultrapassando 1 milhão de dólares por dia. Como comparação, a BitMex, a maior exchange de futuros de criptoativos do mundo, transaciona um volume diário superior a 1 bilhão de dólares.

Evidentemente, é preciso aguardar os primeiros meses de funcionamento da Bakkt para se observar se o mercado vai gerar a liquidez necessária para o sucesso da iniciativa. Mas não se pode esquecer de que a primeira bolsa de contratos futuros de bitcoins, criada pela Chicago Board Options Exchange (CBOE) em 2017, foi encerrada em junho deste ano, exatamente por falta de movimentação. A liquidez é o que leva os investidores institucionais a procurar por exchanges menos reguladas, reduzindo seus custos operacionais, mesmo que isso gere potenciais riscos.

Para a iniciativa não padecer de falta de liquidez e crescer entre os investidores institucionais, os desenvolvedores da Bakkt apostam num diferencial em relação aos concorrentes, oferecendo uma série de estruturas e garantias que as demais exchanges não têm. Entre elas há uma clearinghouse entre o comprador e o vendedor, com um colateral sendo coletado para cobrir riscos de contraparte. O bitcoin entregue na liquidação do contrato é armazenado pela própria Bakkt, que recebeu uma licença do Departamento de Serviços Financeiros de Nova York para operar como custodiante qualificada para ativos digitais.

Adicionalmente, a ICE contribuiu com 35 milhões de dólares para um fundo de garantia, especialmente destinado à cobertura de eventuais perdas com contratos com bitcoins. É importante ressaltar que certas garantias de liquidação de contratos podem não ser honradas em momentos de grande volatilidade no preço do bitcoin, o que ocorre de tempos em tempos. Há, ainda, uma espécie de seguro contra prejuízos relacionados à ação de hackers, de até 100 milhões de dólares. Atualmente, em caso de roubo de bitcoins, a perda acaba sempre sendo socializada no conjunto de participantes do mercado. O pagamento dos sinistros está assegurado por um sindicato de seguradoras baseado em Londres.

Essa estrutura fornecerá o primeiro ambiente regulamentado de ponta a ponta: o bitcoin será armazenado em um custodiante regulamentado e seus derivativos negociados e ajustados em uma câmara de compensação regulamentada. Isso significa que os investidores terão a

cesso à mesma infraestrutura de alto desempenho, troca de baixa latência e compensação que alimenta muitos dos mercados futuros mais líquidos do mundo.


*Carlos Russo ([email protected]) é head de investimentos da Transfero Swiss AG


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