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Sim – Já se pode esperar um ano muito difícil, com mais notícias ruins do que boas

antitese-simO ano começou turbulento. Os cenários local e internacional estão nervosos, sem aparentar que darão, tão cedo, trégua ao investidor da BM&FBovespa. Considerando-se a forte volatilidade dos últimos anos, é muito cedo para fazer inferências sobre o patamar em que o índice da bolsa estará no fim de 2015. Entretanto, já se pode esperar um ano muito difícil, com mais notícias ruins do que boas. Na economia brasileira, destaca-se o tom cinzento.

A alta nos juros do Banco Central gera temor: caso alcancem os 13%, a já abatida economia real deve sofrer. Varejistas têm estoques lotados; montadoras desaceleram produção de automóveis e tentam demitir. A inflação corrói o poder de consumo das pessoas. A iminência de falta de água e de apagões elétricos constituem uma perspectiva com tintas de caos. Para piorar, a alta dos impostos anunciada pelo Ministério da Fazenda no dia 19 de janeiro é um remédio amargo. O pacote de medidas para reavivar a economia do Brasil tem, no curto prazo, potencial de penalizar as empresas e a própria economia. Mas tomara que a solução funcione e paremos de tossir tanto.

O rebaixamento da nota Petrobras, no último dia 29, trouxe muito nervosismo ao mercado; a potencial perda do grau de investimento deve piorar a situação. Nesse caso, fundos internacionais precisariam se desfazer compulsoriamente das ações da petroleira — devido às regras de investimento de muitos deles, que só podem alocar recursos em empresas com grau de investimento. A Securities Exchange Commission (SEC) ainda não soltou parecer sobre as acusações que recaem sobre a companhia.

E se a nota da dívida pública do País cair? Aí veremos uma queda de elevador no Ibovespa. Alguns bancos já rebaixaram as ações brasileiras, como fez o Morgan Stanley em 26 de janeiro — mesma data em que a S&P cortou a nota da Vale pela primeira vez em oito anos; dois dias antes, o Goldman Sachs reduziu o preço-alvo da ação da mineradora.

Ainda que o cenário local venha a se revelar benigno, fatores exógenos que trazem aversão a risco global poderiam levar a bolsa a fechar o ano negativa. A atual queda nos preços internacionais das commodities atinge o País em cheio. Caso a desaceleração da China se acentue, as ações de siderúrgicas e exportadoras de minério do Brasil tendem a se deprimir mais. E o preço do petróleo pode continuar caindo. Isso traria uma situação nova e desconfortável: quem sabe o que acontece no mundo com o petróleo a US$ 20, conforme preveem algumas análises?

A alta de juros nos Estados Unidos pode causar o fenômeno conhecido por “flight to quality”, em que investidores de todo o mundo se desfazem de ativos de maior risco, como os negociados em pregão, e aplicam em títulos públicos de renda fixa americanos. Uma consequência previsível é a queda nas bolsas, inclusive nas americanas, cujos índices de ações estão próximos dos níveis mais altos da história, devido ao estímulo monetário deflagrado após a crise de 2008. E o dólar se apreciaria em relação às outras moedas, derrubando o real. Falando nisso, nem o pacote de impressão de mais de € 1,1 trilhão do Banco Central Europeu, anunciado em 23 de janeiro, deu alívio a nossos mercados.

É preciso, portanto, muita cautela para operar em bolsa este ano, no Brasil e no mundo.


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