Não – A máscara do País está caindo, e o que aparece por trás dela é alarmante

antitese-naoNão é preciso ser Ph.D. em sociologia ou economia para inferir que o Brasil, há muito, brinca com fogo, tanto no terreno social como no econômico. É claro perceber que estamos todos viajando num enorme barco sem destino. As contas não fecham nem fecharão tão cedo. E isso não é de agora ou dos últimos governos: as contas não fecham há décadas e em diversos patamares.

Qualquer dono de pequeno negócio sabe que os impostos são cada vez mais impagáveis. Não apenas por sua complexidade imbecil (há outra palavra para descrever um credor que complica ao máximo a vida de sua fonte pagadora?), mas, principalmente, por sua voracidade. Ela inflige ao contribuinte a conta do que o Estado faz e, ainda, do que deixa de fazer. Em todos os níveis, a administração pública está se tornando um assombroso buraco negro que suga tudo a sua volta, seja por sede de poder, seja por desonestidade, ineficiência ou omissão.

No nível social, a coisa também não anda boa. De povo amável e colaborativo, estamos nos tornando uma coletividade mal-educada e egoísta. “Obrigado”, “de nada” e “por favor” praticamente sumiram do vocabulário nacional. Iraque? Estado Islâmico? Convenhamos, parecem parques de diversão comparados à guerra civil que aguentamos há décadas. Já perdi a conta de quantos amigos e conhecidos foram sequestrados ou assaltados de forma violenta.

Engana quem atribui este discurso a um liberal que acredita no conto do livre mercado — uma utopia conceitual tão bizarra quanto o demagogo “igual para todos”, alardeado pelos que fazem de tudo para parecer santos na Terra. Nós somos diferentes uns dos outros, e isso é extraordinário. Precisamos aprender o valor da diferença individual na coletividade. Não dá mais para ser apenas individual ou coletivo; isso foi no século passado. Agora temos que ser os dois.

Os velhacos entrincheirados nos governos e nas corporações ainda não perceberam que entramos no século 21, sem algarismos romanos. E, no século 21 sem algarismos romanos, mentiras terão pernas cada vez mais curtas. O Brasil, como nação, vem enganando a muitos por algum tempo, mas não será capaz de enganar a todos para sempre. Não sabemos aonde queremos chegar como nação. A máscara está caindo, e o que aparece por trás dela é alarmante.

Desde a Constituinte de 1988 tivemos décadas para realizar as reformas estruturais basilares de que ouço falar desde a faculdade, nos anos 1990. Reestruturações tributária, previdenciária, trabalhista, política, judiciária e outras seguem engavetadas. Como assim? Nenhuma daquelas reformas essenciais foi feita? Então só podemos concluir duas coisas: ou elas não eram tão essenciais assim ou perdemos a chance de fazê-las dentro de janelas relativamente favoráveis que tivemos, tanto na economia como na política.

Para ser sincero, e sem apelar para variáveis econômicas insípidas, não acredito que o Brasil consiga manter o grau de investimento em 2015. Mesmo que o faça, posso assegurar que tanto o País como seu novo velho governo já perderam o “grau de investimento” de muitos dos que tinham planejado investir aqui seu futuro. Um país do futuro que teima em continuar sendo apenas isso.


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