O Ibovespa, principal e tradicional referência do mercado de ações brasileiro, tem batido sucessivos recordes, constantemente rompendo barreiras históricas. O bom momento é resultado das expectativas de analistas e investidores em relação à possibilidade de mudança de rumos na economia brasileira decorrente da troca de governo. Pela primeira vez desde que a dupla Roberto Campos-Otávio Bulhões deixou o Executivo, em março de 1967, o Brasil tem uma equipe econômica com viés nitidamente liberal, agora liderada por Paulo Guedes.
O movimento do Ibovespa é precedido de expressivo aumento da participação de pessoas físicas no mercado de ações. Em 2018 ingressaram na bolsa cerca de 200 mil investidores individuais. Esse fato reflete dois aspectos cruciais: a estabilidade da inflação e o nível das taxas de juros, o mais baixo e consistente da história recente do país. Para obter retornos atraentes, os investidores precisam reduzir sua aversão ao risco e ingressar, seja individualmente ou por meio de fundos, no mercado acionário.
Evidentemente, o céu não é o limite, seja qual for o movimento ascensional. Existem barreiras e resistências. Às vezes elas estão nos números redondos, simbólicos — sem dúvida, o patamar de 100 mil pontos do Ibovespa deve se constituir num sólido obstáculo psicológico. Às vezes ocorrem acidentes graves, como o da barragem de Brumadinho, que fazem grandes estragos na marcha de empresas líderes do mercado como a Vale, refreando o ímpeto altista do indicador.
A volatilidade do mercado tende a se exacerbar num contexto como esse, o que contribui para afugentar os menos afoitos. Mas o sucesso de vizinhos, amigos ou colegas de trabalho que se aventuraram em patamares mais baixos de preços costuma ter efeito contagiante, e vai gradualmente reduzindo a aversão ao risco de todo o conjunto.
A boa notícia é que os períodos nos quais o otimismo se intensifica tendem a produzir numerosas oportunidades para mais IPOs, processo que leva empresas até então desconhecidas para o leque de opções dos investidores. E, pelo menos enquanto dura a sensação eufórica, essa dinâmica gera novos sucessos.
Ney Carvalho é escritor, historiador e e ex-corretor de valores.
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