Há dois anos, a Profarma resolveu diversificar o negócio. A companhia fluminense entendeu que era preciso buscar novas receitas diante do encolhimento das margens de lucro em seu setor original, a distribuição de medicamentos. No ano passado, a postura atingiu seu ápice: a empresa associou-se à americana AmerisourceBergen, para reforçar a operação no segmento hospitalar, e começou a incorporar as redes de farmácias Drogasmil e Tamoios, adquiridas um ano antes no Rio de Janeiro.
O esforço depositado na estratégia ao longo de 2014, contudo, pesou nos resultados da companhia — e, nos últimos meses, também no desempenho das ações. Em 2014, a distribuidora teve prejuízo de R$ 52,1 milhões e queda de 31,6% no Ebitda. O papel caiu 26,9% entre 24 de novembro e 24 de abril.
Atribui-se o resultado negativo aos custos ocasionados pela reestruturação das drogarias e pela operação com a AmerisourceBergen. O negócio, fechado em março de 2014, envolveu a separação da divisão de especialidades da Profarma para formar a joint-venture com a americana, que atuará principalmente em vendas para hospitais. Segundo Max Fischer, diretor de relações com investidores da empresa, o impacto dessa medida explica metade do prejuízo apurado no último trimestre. Também contribuíram para derrubar a última linha do balanço as baixas contábeis decorrentes do fechamento de lojas deficitárias da Drogasmil, diz ele.
A Profarma também sofreu com o cenário macroeconômico difícil. No segmento de distribuição, a alta dos preços prejudicou a negociação com os clientes. Houve dificuldade para repassar a inflação dos produtos, o que fez recuar os lucros de um setor que representa 70% das receitas. A tendência, aliás, é essa parcela encolher nos próximos anos, com novas áreas ganhando espaço. Guilherme Assis, analista da corretora Brasil Plural, considera que, apesar dos eventos pontuais do ano passado, a companhia caminha para dias melhores. Para ele, é acertada a estratégia de reposicionamento, focada no ingresso em diferentes esferas de atividade, diante dos obstáculos na distribuição.
De acordo com Fischer, o valor atual da ação não reflete a realidade do negócio. “Estamos olhando à frente, para os mercados em que há oportunidade de expansão e, com isso, nos diferenciando da concorrência”, afirma ele, que prevê para a empresa um crescimento em linha com o esperado para o setor em 2015. A consultoria IMS Health estima expansão de 8% neste ano.
A escolha das companhias para esta seção é feita a partir de um levantamento da Economática com a oscilação e o volume negociado mensalmente por ações que possuem giro mínimo de R$ 1 milhão por dia. A partir daí, são escolhidas aquelas que se destacam pelas variações positivas e negativas nos últimos seis meses.
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