O primeiro semestre do ano marcou o que pode ser a retomada das operações de fusão e aquisição (M&A, na sigla em inglês) após um período de baixas nos acordos. Entre janeiro e junho, foram 623 operações fechadas, um discreto avanço sobre igual período do ano passado, de 2,13%, segundo levantamento realizado pela PwC. O dado é importante porque sinaliza reversão no movimento dos últimos aos de menos operações. As 1.287 transações em 2023 representaram uma queda de 17,3% sobre o ano anterior. Entre 2021 – quando foi registrado o recorde histórico de 1.659 transações – e 2022 já havia sido registrado um recuo de 6,2%, informa a PwC.
“O aumento de 2,1% no primeiro semestre é discreto, mas sinaliza o começo de uma retomada após anos difíceis em M&A. Há condições de um segundo semestre com ainda mais operações”, comenta Leonardo Dell’Oso, sócio da PwC Brasil. “Uma estimativa, com base na demanda crescente pelos serviços em M&A que oferecemos, é de um ano com número de acordos avançando algo entre 5% e 10% sobre 2023.”
A melhora em M&A , a partir do final do primeiro trimestre, se sustenta em condições macroeconômicas favoráveis, como perspectiva de corte no juro americano, e no câmbio depreciado que torna os ativos mais baratos para investidores estrangeiros. Além de os fundos estarem capitalizados e buscando alocação dos recursos há uma tendência histórica de recuperação do mercado de M&A após dois anos consecutivos de retração. “A PwC tem percebido crescimento nas aquisições por controle e compra de ações majoritárias bem como tem visto o investidor estrangeiro com mais atenção para o mercado nacional”, comenta Dell’Oso.
A taxa de juro local elevada, que encarecem empréstimos e a demanda por IPOs (aberturas de capital) na bolsa também são fatores que impactam as M&As. “No Brasil, na verdade no mundo todo, a gente tem algumas poucas opções de captação de recursos. Ou você contrai dívida, ou é recurso dos acionistas ou acessa recursos via mercado de capitais, na Bolsa. O mercado de crédito tem recursos abundantes, mas o custo está muito alto. Os M&As acabam sendo uma alternativa neste cenário”, explica o sócio da PwC, acrescentando que a tendência de corte na taxa americana vai ajudar, com os investidores buscando alocação em outros mercados. Compõe ainda os fatores de retomada de M&A, o valuation baixo das empresas, ainda se recuperando pós-pandemia.
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O reflexo do dólar ganhando espaço frente ao real, que torna o mercado brasileiro interessante aos estrangeiros, ainda não ocorreu, conforme explica Dell’Oso. “O câmbio brasileiro depreciado, de fato, torna os ativos mais baratos. Porém, como esta depreciação aconteceu muito mais drasticamente no último mês e meio, a partir de agora que o efeito pode ser sentido em M&A.”
No primeiro semestre, conforme dados levantados pela PwC, 39,49% dos M&A foram realizados no setor de Tecnologia, seguido por Consumo (5,94%) e por Entretenimento e Mídia (5,14%), com uma única mudança em relação aos segmentos prioritários em igual período de 2023. No ano passado, Tecnologia também puxou a fila representando 44,59% das transações de M&A, seguido por Bancos e Mercado de Capital, com 6,72%, e por Consumo, 5,41%.
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