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IBC-Br recua menos que o esperado, mas opiniões sobre impacto para Selic se dividem
Mercado espera alta de pelo menos 0,25 ponto da taxa básica de juros na reunião do Copom marcada para a próxima semana
IBC-Br, IBC-Br recua menos que o esperado, mas opiniões sobre impacto para Selic se dividem, Capital Aberto

O IBC-Br de julho caiu -0,4% e recuou menos do que era esperado por boa parte do mercado, mas as expectativas sobre o efeito disso para a decisão de aumento da Selic na próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), marcada para a próxima semana, oscilam conforme a expectativa de cada agente sobre o comportamento inflacionário.  

O indicador divulgado nesta sexta-feira (13) pelo Banco Central (BCB) apontou -0,4% para o indicador conhecido como “prévia do PIB”, enquanto as projeções de analistas marcavam posição em uma janela que variava entre – 0,4% e – 0,8% dependendo da amostra considerada.

Para quem esperava um recuo maior, sobretudo, o dado poderá suavizar as pressões para uma alta mais significativa da Selic na próxima reunião do Copom. “Contudo, [o que o dado expõe] ainda reforça a necessidade de atenção aos sinais de enfraquecimento da atividade econômica”, diz André Colares, CEO da Smart House Investiments em nota.


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Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest, diz que com o recuo na atividade econômica, o aumento da taxa Selic não parece fazer sentido. “Embora o PIB e outros indicadores de comércio e serviços tenham mostrado certa força no segundo trimestre, o enfraquecimento do IBC-Br pode sinalizar uma desaceleração futura. Isso, por sua vez, sugere que a economia já está começando a esfriar sem a necessidade de um novo aperto monetário. Subir a Selic agora poderia sufocar ainda mais o crescimento econômico, especialmente quando a inflação parece estar sob controle”, opina.  

O economista chefe do Banco Fator, José Francisco Gonçalves, por sua vez, acredita que o indicador não deverá afetar a decisão da autoridade monetária. O Fator projetava -0,4% para o IBC-Br de julho. “O conjunto da atividade continua indo melhor do que eles esperavam e isso é uma das justificativas de alta”, resume.

O economista do Fator destaca, ainda, que num período mais longo, ou seja, na comparação entre janeiro a julho dos anos de 2023 e de 2024, o indicador aponta para alta de 2,6%. “É um número perto do PIB que todo mundo espera. Então, eu acho que não tem surpresa”, continua.

Ian Lima, gestor de renda fixa ativa da Inter Asset, concorda que o dado divulgado hoje pelo BC não deve “aliviar” a decisão sobre a taxa de juros básica. “Na verdade, até reforça a necessidade de um aperto monetário para garantir que a surpresa do crescimento que vivemos na margem para o Brasil, leia-se até o PIB do segundo trimestre, que foi muito forte, não seja acompanhado de um aumento da inflação mais para a frente”, finaliza. 

As expectativas em relação à economia são de menor crescimento para a segunda metade do ano. “A questão reside em entender se o enfraquecimento será fiel às expectativas, em meio a uma economia que só tem surpreendido”, comenta José Alfaix, economista da Rio Bravo, em nota.  

“Com os impulsos fiscais reduzindo, sem pagamento de precatórios, décimo terceiro de benefícios previdenciários, e maior diligência na concessão dos mesmos, a expectativa é que o consumo do governo tenha menor impacto na atividade nos próximos trimestres. Ainda assim, quando olhamos a dinâmica do setor de serviços no mês de julho, juntamente às vendas no varejo, observamos que o comportamento ainda surpreende”, diz.


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